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SEGURANÇA
Equipe que atuava em serviço interno foi substituída por temporários; novo efetivo atuará, principalmente, na ronda escolar
Ruas de SP têm 5.000 policiais a mais
ALESSANDRO SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL
A substituição de policiais em
serviços internos nos quartéis por
soldados temporários levou para
as ruas de São Paulo, nos últimos
três meses, 5.038 policiais militares a mais, quase o efetivo somado
das Polícias Militar dos Estados
de Rondônia e do Acre.
A maior parte desse reforço está
servindo para montar rondas escolares e formar um "cinturão"
ao redor da capital para tentar impedir a migração da criminalidade, com aumento de policiais nas
regiões de Campinas, Sorocaba,
litoral e Vale do Paraíba.
Até o final deste mês, a Polícia
Militar espera começar a receber,
gradativamente, mais 3.600 policiais que hoje cuidam da segurança externa em presídios e que serão substituídos por "guardas de
muralhas e de escolta", recém-contratados e em treinamento.
No total, haverá 8.638 homens a
mais, o equivalente a 10% do contingente atual, envolvidos em
ações de patrulhamento ostensivo, número superior ao de PMs
do Espírito Santo, segundo relatório de efetivo das policias divulgado pelo Ministério da Justiça.
Por enquanto, a PM não mediu
o reflexo do aumento do policiamento de rua nem concluiu os remanejamentos em sua estrutura.
Ter um quadro de operacionais
maior era a principal estratégia do
Comando da PM paulista para
combater a violência. A corporação, que é a maior do país, com
86,5 mil policiais -incluindo
9.000 bombeiros-, tem hoje o
maior contingente de sua história.
Segundo o tenente-coronel Eliseu Leite de Moraes, 45, responsável pelo setor de comunicação social da corporação, hoje há um
policial administrativo para cada
oito operacionais. Até 2006, disse
ele, a Polícia Militar de São Paulo
espera chegar a 91 mil homens no
Estado, como prevê quadro de
efetivo aprovado em 97.
Mudanças
O soldado temporário é contratado por meio de concurso público para trabalhar em setores administrativos. Ele recebe treinamento mais curto e salário inferior ao de um policial.
Apesar de a contratação provisória desse tipo de mão-de-obra
estar regulamentada desde o final
de 1999 (lei federal nš 10.029) e em
estudo no Estado desde 1998,
quando da criação do serviço civil
voluntário (lei nš 9.608), a medida
somente saiu do papel no início
deste ano, quando o governador
Geraldo Alckmin (PSDB) enfrentou sua maior crise na área de segurança pública.
Além da repercussão negativa
após o sequestro e morte do prefeito de Santo André Celso Daniel
(PT), em janeiro último, o número de sequestros no Estado saltou
de 78 no terceiro de semestre de
2001 para 127 no último trimestre
do mesmo ano.
Novas contratações
Até o início do ano que vem, a
PM espera contratar mais mil soldados temporários, chegando a
6.000 no total.
Na capital, informou a PM, a
chegada deles permitiu dobrar o
número de homens na ronda das
escolas: de cerca de 600 para 1.156.
Na Grande São Paulo e no interior, segundo o tenente-coronel
Eliseu, estão sendo criados novos
batalhões, como em Itaquaquecetuba, na região metropolitana da
capital, e companhias, como as de
Riacho Grande, Salto e Ibiúna. "A
PM tem redimensionado seu efetivo conforme as necessidades locais", afirma o oficial.
Devem receber mais reforço as
cidades que compõem o "cinturão" ao redor da capital.
A Polícia Militar ainda estuda o
que irá fazer com policiais que serão substituídos nos presídios pelos guardas de muralha. A Folha
apurou que está em análise o remanejamento de vagas, o que pode favorecer mais a capital e os
municípios da Grande São Paulo.
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