São Paulo, segunda-feira, 04 de novembro de 2002

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INFÂNCIA

Programa ajuda no combate ao analfabetismo

DA REPORTAGEM LOCAL

Estimativas do Unicef indicam que há no mundo cerca de 855 milhões de pessoas que lêem sem entender o que leram, escrevem o nome e até algumas frases, mas são incapazes de interpretar um texto. São chamadas de analfabetos funcionais -em geral, têm menos de quatro anos de estudo.
Hoje, uma em cada três famílias brasileiras ainda é comandada por um analfabeto funcional (34,7%), segundo o Censo 2000 -17,2% deles são absolutamente analfabetos, segundo o IBGE.
Ambas as situações, é verdade, são mais raras hoje do que eram no começo da década de 90 -caíram dez e cinco pontos percentuais, respectivamente-, mas estão muito longe de refletir condições ideais de desenvolvimento.
"A alfabetização é só o primeiro passo para abrir os horizontes do ser humano. O analfabeto não é um inútil, mas o fato de não saber ler traz inúmeras limitações e frustrações tanto na vida pessoal quanto na profissional", afirma Reiko Niimi, representante do Unicef no Brasil, país que comemora no próximo dia 14 o Dia Nacional da Alfabetização.
Para ajudar a reduzir ainda mais esses índices, ONGs e iniciativas privadas vêm desenvolvendo projetos de alfabetização e reforço escolar. O Instituto Ayrton Senna e a Nokia, por exemplo, fazem em parceria, em todo o país, o "Se Liga", projeto voltado a crianças de 11 a 14 anos que são alunas do ensino fundamental e têm alto grau de analfabetismo.
Nesse programa, os alunos têm aulas particulares, com atendimento mais personalizado. O estímulo evita o analfabetismo funcional e reduz a evasão.
Os números do Estado de Goiás superaram as expectativas dos idealizadores. Iniciado em janeiro de 2001 e projetado para atender 8.000 estudantes, o programa já atinge 13 mil crianças.
Segundo o Unicef, nos países em desenvolvimento mais de 130 milhões de crianças em idade escolar crescem sem acesso à educação. Parte delas são brasileiras. Aqui, a taxa de analfabetismo de pessoas com mais de dez anos é 13,3% -a segunda maior da América Latina, atrás apenas da Bolívia. E das crianças de 7 a 14 anos, cerca de 4% não estão matriculadas no ensino fundamental -índice que já foi de 20%.


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