|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
INFÂNCIA
Programa ajuda no combate ao analfabetismo
DA REPORTAGEM LOCAL
Estimativas do Unicef indicam
que há no mundo cerca de 855
milhões de pessoas que lêem sem
entender o que leram, escrevem o
nome e até algumas frases, mas
são incapazes de interpretar um
texto. São chamadas de analfabetos funcionais -em geral, têm
menos de quatro anos de estudo.
Hoje, uma em cada três famílias
brasileiras ainda é comandada
por um analfabeto funcional
(34,7%), segundo o Censo 2000
-17,2% deles são absolutamente
analfabetos, segundo o IBGE.
Ambas as situações, é verdade,
são mais raras hoje do que eram
no começo da década de 90 -caíram dez e cinco pontos percentuais, respectivamente-, mas estão muito longe de refletir condições ideais de desenvolvimento.
"A alfabetização é só o primeiro
passo para abrir os horizontes do
ser humano. O analfabeto não é
um inútil, mas o fato de não saber
ler traz inúmeras limitações e
frustrações tanto na vida pessoal
quanto na profissional", afirma
Reiko Niimi, representante do
Unicef no Brasil, país que comemora no próximo dia 14 o Dia Nacional da Alfabetização.
Para ajudar a reduzir ainda mais
esses índices, ONGs e iniciativas
privadas vêm desenvolvendo
projetos de alfabetização e reforço
escolar. O Instituto Ayrton Senna
e a Nokia, por exemplo, fazem em
parceria, em todo o país, o "Se Liga", projeto voltado a crianças de
11 a 14 anos que são alunas do ensino fundamental e têm alto grau
de analfabetismo.
Nesse programa, os alunos têm
aulas particulares, com atendimento mais personalizado. O estímulo evita o analfabetismo funcional e reduz a evasão.
Os números do Estado de Goiás
superaram as expectativas dos
idealizadores. Iniciado em janeiro
de 2001 e projetado para atender
8.000 estudantes, o programa já
atinge 13 mil crianças.
Segundo o Unicef, nos países
em desenvolvimento mais de 130
milhões de crianças em idade escolar crescem sem acesso à educação. Parte delas são brasileiras.
Aqui, a taxa de analfabetismo de
pessoas com mais de dez anos é
13,3% -a segunda maior da
América Latina, atrás apenas da
Bolívia. E das crianças de 7 a 14
anos, cerca de 4% não estão matriculadas no ensino fundamental
-índice que já foi de 20%.
Texto Anterior: Outro lado: Prefeitura diz estar fazendo novo cronograma Próximo Texto: Trabalho doméstico prejudica educação Índice
|