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Droga costuma ser vendida em raves por cerca de R$ 50
Consumidores de ecstasy têm dinheiro, e regra é nunca vender o entorpecente sintético para desconhecidos, diz ex-vendedor
De acordo com o usuário, os adeptos hoje consomem até mais de uma pílula por festa, pois a qualidade da droga caiu nos últimos anos
DA AGÊNCIA FOLHA
César (nome fictício), 22, é
usuário de ecstasy há três anos,
quando começou a freqüentar
raves. Demorou seis meses para que começasse a vender a
droga. "É um dinheiro fácil. E
não há nenhuma dificuldade
em entrar com os comprimidos
na rave. É só colocar em qualquer lugar, até no bolso, que
ninguém percebe."
De acordo com ele, um comprimido é comprado de "atravessadores" (que conseguem a
droga no exterior ou com traficantes) por, em média, R$ 15.
Dentro da rave, é vendido por
cerca de R$ 50. "Já vendi até
por R$ 80 no ano retrasado."
"As pessoas que vendem e
que compram são de classe social alta. Aliás, todos que freqüentam rave têm dinheiro,
porque é caro ir. Só o convite é
R$ 50, em média. Como a maioria ocorre no interior, há o custo da locomoção. Além disso, é
preciso pagar o que come e bebe na festa."
Universitário, César mora
em um bairro de classe média
na Baixada Santista, trabalha e
costuma viajar para o interior
do Estado para ir a raves, algumas só para convidados.
Ele diz que a qualidade da
"bala" ou da "pastilha", como é
chamado o ecstasy, caiu nos últimos anos, o que tem provocado aumento no consumo.
"Não há ninguém que consuma apenas uma hoje. Há uns
cinco anos com uma dava para
agüentar a balada inteira. Mas a
fabricação aqui no país está aumentando e a composição está
mudando. Agora tem de tomar
três, quatro em uma rave só."
Ele diz que parou de vender
com medo de ser pego, mas
afirma que os que vendem muito são bajulados e protegidos.
"É igual no colégio. Tem o grupinho. Basta estar ligado. A regra é nunca vender para gente
desconhecida. Normalmente,
quem vende sabe quem é quem.
Já tem gente para quem vender, não precisa achar mercado."
(FB e TR)
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