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Número de desabrigados cai para 32 mil
Defesa Civil começa a liberar famílias para voltarem a suas casas; governo cria comitê de apoio a municípios atingidos
Santa Catarina preocupa-se
também com os casos
suspeitos de leptospirose,
que são de ao menos 62
na região das chuvas
PABLO SOLANO
GUSTAVO HENNEMANN
DA AGÊNCIA FOLHA
DIMITRI DO VALLE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BLUMENAU
O número de desalojados e
desabrigados após as chuvas
em Santa Catarina caiu ontem
pela metade. O número de
mortos, segundo o governo do
Estado, é de 118. Foi criado pelo
governo um grupo para agilizar
o levantamento dos custos para
reconstruir áreas atingidas.
O número de desabrigados
ou desalojados, que chegou a
ser de 78 mil, ficou ontem em
32 mil. De acordo com a Defesa
Civil do Estado, permanecem
em 111 abrigos 5.533 pessoas.
Outras 27.236 estão na casa de
parentes ou amigos. O órgão diz
que esses números cairão constantemente a partir de agora.
Em Blumenau, cerca de 500
famílias (pelo menos 2.000
pessoas) ainda estão em áreas
com risco de desabamento, informou a Defesa Civil.
Conforme o diretor do órgão,
Telmo Duarte, geólogos monitoram essas regiões para avaliar como está a movimentação
do solo. "A maioria [das famílias que deve sair] é para evitar
problema no futuro." Por enquanto, ele disse que a abordagem não prevê o uso da força.
Nos 38 abrigos em Blumenau, o número de moradores
caiu de cerca de 5.200 (considerado o pico pela Defesa Civil)
para 4.300 ontem.
Depois de nove dias em um
abrigo, a família da dona-de-casa Leonor Grippa, 41, pôde retornar para casa, liberada pela
Defesa Civil. "É um alívio."
Ontem, o governador Luiz
Henrique da Silveira (PMDB)
assinou o decreto que cria o
Grupo de Reação à Calamidade. O comitê dará apoio para os
municípios atingidos levantarem prejuízos. O Ministério da
Integração Nacional liberou
R$ 100 milhões para sanar os
problemas levantados.
O secretário nacional de Defesa Civil, Roberto Costa Guimarães, diz que R$ 40 milhões
estão prontos para liberação.
Segundo ele, o governo de SC só
precisa apresentar um plano de
trabalho das prefeituras.
Os prejuízos, porém, podem
superar R$ 100 milhões. A Prefeitura de Blumenau, a cidade
mais afetada, estima que precisará de R$ 500 milhões para reconstruir pontes, avenidas, escolas e creches. Também são
previstas 5.000 novas moradias. Caso se confirme, o número significa mais de um terço do
construído pelo Estado em toda a gestão Luiz Henrique.
BR interditada
A pista interditada da BR-376 pode ser liberada hoje. O
trecho liga Paraná a Santa Catarina e foi parcialmente bloqueado anteontem devido à
queda de uma barreira.
Ontem, o conserto do gasoduto Bolívia-Brasil, que rompeu durante as chuvas em Gaspar (SC) no dia 24, foi retomado. A volta do fornecimento de
gás natural para o Rio Grande
do Sul continua prevista para
15 de dezembro.
Ainda ontem, a Defesa Civil
de Florianópolis detectou três
desmoronamentos de encostas
no município.
Leptospirose
Santa Catarina já tem 62 casos de suspeita de leptospirose
na região que sofreu enchentes
na última semana, segundo a
Secretaria de Estado da Saúde.
Porém, o número deve ser
bem maior, já que há um atraso
na atualização dos dados. Só em
Blumenau e Itajaí, as vigilâncias epidemiológicas municipais confirmaram 113 suspeitas
ontem. Até terça-feira, o Estado informava que havia apenas
dez. Nenhum teve ainda o diagnóstico confirmado.
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