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Temporal provoca cinco mortes e paralisa São Paulo
Todas as mortes na capital foram causadas por deslizamentos; há 3 desaparecidos
Vias da capital paulista alagam, trens param, metrô fica abarrotado e bairros ficam sem luz; no interior do Estado, chuva mata casal
Fabio Braga/Folha Imagem
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Bombeiros em casa na estrada do Jarau, na divisa entre o Jardim Angela e Itapecerica da Serra, onde houve desmoronamento de terra e quatro pessoas morreram
DA REPORTAGEM LOCAL
DO "AGORA"
Um temporal de 40 minutos
que atingiu São Paulo ontem
deixou cinco mortos -todos
soterrados- e três desaparecidos, alagou ruas, parou a circulação de trens e levou caos ao
trânsito no final da tarde.
Na madrugada, a chuva já havia feito pelo menos duas vítimas no interior: um casal, morador da zona rural de Pinhalzinho (108 km de SP), foi soterrado por um deslizamento. Seus
quatro filhos sobreviveram.
Avenidas importantes, como
a Rebouças, a Brasil e a Faria
Lima ficaram praticamente intransitáveis. Os congestionamentos chegaram a 218 km por
volta das 19h, quando a média
para o horário é de 130 km. Foram registrados ao menos 47
pontos de alagamento na capital, a maioria na zona oeste.
Quem quis fugir do caos nas
ruas usando o metrô também
enfrentou transtornos. Foi o
caso do analista de sistemas
Rodrigo Caldas, 30. Com a avenida 9 de Julho parada e o terminal de ônibus Bandeira lotado, ele decidiu ir até a estação
Sé, que estava abarrotada
-morador da região da Paulista, decidiu voltar para casa a pé.
Por conta da multidão na plataforma, a reportagem da Folha demorou 50 minutos para
embarcar na estação Santa Cecília e chegar à Sé -há só duas
estações entre os dois locais.
Mais de duas horas depois do
temporal, a cidade ainda vivia
as suas consequências, com
problemas no trânsito em vários pontos. Quatro bairros, segundo a Eletropaulo, tiveram
problemas de falta de luz: Paraíso (sul), São Mateus (leste),
Bom Retiro (centro) e Itaim Bibi (oeste). O aeroporto de Congonhas, na zona sul, precisou
ser fechado por 15 minutos.
O volume de água em 40 minutos foi equivalente a um 1/5
do esperado para dezembro.
O desabamento mais grave
ocorreu no bairro Três Marias,
em Itapecerica da Serra (Grande SP). Um barranco desmoronou e soterrou um barraco matando quatro, todos crianças ou
adolescentes, que estavam sozinhos em casa. Até as 23h, apenas dois irmãos -Eric, 6, e
Gracy, 15- haviam sido identificados. A irmã deles, Flávia Alves Batista, 14, sobreviveu.
A outra morte ocorreu no
Parque São Rafael (zona leste),
onde um barranco também
caiu sobre uma casa. Os escombros atingiram ainda outros
dois imóveis vizinhos. Três
adultos e uma criança foram
soterrados. Um dos adultos,
que não havia sido identificado,
morreu. As outras três vítimas
seguiam desaparecidas.
Procurado pela Folha por
meio de sua assessoria, o prefeito de São Paulo, Gilberto
Kassab (DEM), não comentou.
(AFONSO BENITES, ANDRÉ CARAMANTE, JOSÉ ERNESTO CREDENDIO, MÁRCIO PINHO E TALITA BEDINELLI)
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