São Paulo, sexta-feira, 04 de dezembro de 2009

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Investimento de Kassab em piscinões não chega a 8%

Prefeitura não gasta a verba prevista para o ano em controle de inundações

Secretaria diz que está investindo em obras necessárias e que, no geral, gastos para combater enchentes já são de R$ 180 mi

MÁRCIO PINHO
DA REPORTAGEM LOCAL

O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), gastou neste ano menos do que 8% da verba prevista no Orçamento para a construção de reservatórios e piscinões no município.
Os piscinões funcionam como grandes reservatórios, que acumulam água da chuva e evitam que ela corra por vias e encha ainda mais rios e galerias.
Foram empenhados (reservados) R$ 1,4 milhão de um total previsto de R$ 18,5 para 2009. Os outros cerca de R$ 17 milhões foram congelados.
Parte do valor seria usado no piscinão da rua Abegoária, na Vila Madalena, que ajudaria a reter águas que desembocam nos rios Pinheiros e Tietê. O custo total previsto em contrato é de R$ 14,8 milhões.
Ontem, Kassab inaugurou um piscinão na zona norte, que deve beneficiar cerca de 150 mil famílias da região e de Osasco.
O congelamento feito por Kassab se deu porque o prefeito prevê que não entrarão nos cofres da prefeitura os R$ 27 bilhões previstos para o Orçamento de 2009. O valor deve ficar R$ 2 bilhões menor, dizem técnicos da prefeitura. Kassab culpa a crise econômica.
Apesar de ter investido pouco do previsto em piscinões, Kassab gastou quase a totalidade dos R$ 59 milhões previstos para obras de drenagem.
Já o projeto Ação Centro BID - Controle de Inundações não saiu do papel. Feito em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento, o projeto tinha como previsão R$ 8,7 milhões para reservatórios de contenção de cheias nas praças 14 Bis e da Bandeira.
Os investimentos em áreas de risco, como aquela onde quatro garotos morreram durante o temporal de ontem, também estava aquém do previsto, pelo menos até agosto, quando a prefeitura havia gasto apenas 21% dos R$ 29 milhões reservados no Orçamento.
A Secretaria de Obras afirma ter liberado neste ano R$ 180 milhões para "obras e outros serviços contra enchentes" -estão incluídos aí trabalhos rotineiros da administração, como limpeza de boca de lobo.
As obras em andamento, segundo a secretaria, incluem emergenciais contra enchente, piscinão, desapropriações, canalização de córregos e outras intervenções nas áreas críticas.
A prefeitura não comentou o fato de só 8% da verba para a construção de reservatórios e piscinões ter sido empenhada.


Colaborou JOSÉ ERNESTO CREDENDIO , da Reportagem Local


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