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Temporais continuarão a piorar, diz professor
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DA REPORTAGEM LOCAL
É verdadeira a percepção de
que os temporais em São Paulo
estão cada vez mais fortes e frequentes e que eles são concentrados em bairros. E ainda: essa
condição de clima tende a se
agravar, diz Augusto José Pereira Filho, professor do Instituto de Astronomia, Geofísica e
Ciências Atmosféricas da USP.
Segundo ele, o mesmo vem
acontecendo com o granizo, os
ventos e raios, sempre mais intensos do que décadas atrás.
Pereira Filho fez essa exposição durante seminário do Instituto de Engenharia, em 10 de
novembro, em que mostrou
imagens que chocaram os cerca
de cem ouvintes. "Formam-se
nuvens profundas e circulares,
como superbombas atômicas."
O professor apresentou antes um diagnóstico de como o
clima de São Paulo vem se
adaptando à urbanização intensa e ao aquecimento global.
Depois, mostrou como a combinação da umidade do oceano
com as ilhas de calor que se formam, devido à falta de árvores,
induzem a altos índices de chuva. "São Paulo está 2C mais
quente, com menos umidade
no ar e garoas. As tempestades
e os raios estão mais violentos.
E as chuvas mais fortes são as
mais localizadas", afirmou.
Intensidade em dobro
A tese combina com o fato de
que o temporal de ontem se
concentrou na zona oeste e registrou o dobro de intensidade
de uma chuva "forte", segundo
o meteorologista Kleber da Rocha Filho, do Saisp (Sistema de
Alerta a Inundações de SP).
O maior índice foi registrado
nas proximidades da Cidade
Universitária da USP, com 37
mm (37 litros por m2) em 40
minutos. "Se durasse uma hora, a chuva chegaria a entre 50
mm e 60 mm. É muita coisa",
disse. Ou seja, em uma hora a
chuva alcançaria perto de um
terço do previsto para todo o
mês de dezembro (200 mm).
Foi o que ocorreu na estação
Consolação do CGE (Centro de
Gerenciamento de Emergências). No bairro, no centro, foram 55 mm em uma hora.
Segundo o Inpe (Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais), no verão as chuvas devem variar entre as categorias
normal a acima da normal na
maior parte da região Sudeste.
O paulistano vai continuar
enfrentando calor e chuva até
pelo menos o fim de semana,
prevê o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia).
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