São Paulo, sexta-feira, 04 de dezembro de 2009

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Câmara quer "14º salário" para seus servidores

Projeto dos vereadores que institui gratificação para os 3.200 funcionários da Casa pode ser analisado em 1ª votação na quarta

Proposta inclui servidor ativo, inativo, comissionado e pensionista; se cada um receber valor de seu salário, abono custará R$ 19,6 mi

MARIANA BARROS
DA REPORTAGEM LOCAL

Vereadores querem aprovar uma gratificação extra, uma espécie de 14º salário, para os cerca de 3.200 servidores da Câmara paulistana -ativos, inativos, pensionistas e comissionados.
Pelo projeto, de autoria da mesa diretora, o valor não pode ultrapassar o salário do servidor e não há um mínimo estipulado. A verba exata que cada um receberá será definida em ato após o projeto já ter sido aprovado em segundo turno.
O abono também pode mudar a cada ano, conforme desejo dos vereadores. O critério de distribuição -salarial, produtividade etc- não foi definido.
O dinheiro virá do que sobrar do Orçamento da Câmara. Em 2008, a sobra foi de R$ 10,7 milhões, que por lei têm de ser devolvidos aos cofres públicos.
No orçamento de 2009, R$ 20 milhões não têm destino certo -num ano em que o prefeito Gilberto Kassab (DEM) solicitou contingenciamento de gastos devido à crise econômica. A Casa deve encerrar seus trabalhos em duas semanas.
Se cada servidor receber o valor de seu próprio salário, o abono custará R$ 19,6 milhões.
A discussão do projeto ocorre às vésperas da votação do Orçamento municipal. Uma primeira versão será submetida à comissão de finanças na segunda-feira. A expectativa é que o texto esteja pronto para ser aprovado em primeiro turno na terça. A segunda votação deve ocorrer no dia 15, já com emendas.
A proposta de abono chegou a entrar na pauta de ontem, mas a votação em primeiro turno foi adiada -deve ser na quarta.
"A redação do projeto pode dar a ideia de que queremos instituir um 14º salário e não é isso. Então decidimos retirá-lo para melhorar o texto e reapresentá-lo novamente", disse o vereador Dalton Silvano (PSDB), 1º vice-presidente da mesa diretora.
Além de Silvano, compõem a mesa o presidente Antonio Carlos Rodrigues (PR), o 2º vice, Paulo Frange (PTB), os secretários Francisco Chagas (PT) e Milton Leite (DEM) e o corregedor Wadih Mutran (PP).
Vereadores aprovaram ontem em segunda votação o projeto que reabre o prazo do PPI (Programa de Parcelamento Incentivado), que permite o pagamento de tributos em atraso. A proposta renderá R$ 200 milhões extras à prefeitura.
O cofre municipal ainda será reforçado com o aumento de IPTU (R$ 644 milhões extras), a venda da folha de servidores ao Banco do Brasil (R$ 726 milhões) e emendas ao Orçamento da União (R$ 400 milhões).


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