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Judeus ortodoxos devem desistir de prestar o exame
DA REPORTAGEM LOCAL
Após mais uma negativa ontem do Supremo Tribunal Federal de permitir que judeus façam o Enem em uma data alternativa, muitos ortodoxos devem desistir do exame, que será
amanhã e domingo.
Essa foi a decisão da maioria
dos colegas de Azril Ratz, 17,
vestibulando de medicina. Ele
mesmo ainda não decidiu o que
fará. Observante da regra de
não trabalhar ou estudar aos
sábados, ele vive um conflito,
porque precisa do Enem para
concorrer à Unifesp.
Segundo o MEC, cerca de 15
mil alunos, a maioria judeus e
adventistas, declararam-se sabatistas. Eles devem chegar no
horário normal (até as 12h55),
mas devem esperar até as 19h
para começar a fazer a prova.
Os adventistas, que reservam
o sábado para rezar, estão satisfeitos por poderem fazer o exame mais tarde. "É um privilégio
eles terem aceitado a minha
crença", diz Larissa Olm, 20.
Entre os judeus, no entanto,
a situação é mais delicada. Isso
porque a religião determina
que no Shabat -que vai do pôr
do sol de sexta ao pôr do sol de
sábado- não é permitido andar
de carro, acender a luz, cozinhar ou carregar objetos.
Na prática, isso impede que o
aluno leve documentos, estojo
e até comida para aguentar as
mais de dez horas entre a espera e a realização da prova. Além
disso, deve ir para o exame a pé.
(PATRÍCIA GOMES)
Colaborou a Sucursal de Brasília
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