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Ex-frentista faz tratamento para depressão, diz filha
DA REPORTAGEM LOCAL
Carla Joelma Viana, 33, passou a tarde de ontem dormindo. De acordo com sua filha,
Karin, 16, que é recepcionista
de uma imobiliária, Carla tem
estado dopada por efeito dos
remédios que toma em um tratamento psiquiátrico.
Ex-frentista, ela se licenciou
para se tratar. Ela teria procurado auxílio médico por causa
de uma forte depressão decorrente do relacionamento com o
motoboy Edson Félix dos Santos -o homem que a manteve
refém por quase 37 horas.
"Ele batia muito na minha
mãe, eu mesma vi algumas vezes, inclusive na porta da casa
em que a gente morava", conta
Karin na porta da casa de quarto, sala, cozinha e banheiro no
bairro de Quatala, em Osasco.
A família (Carla, Karin e o outro filho, Cleber, 17) mudou-se
há dois meses para a casa da família do pai dos jovens, que
"sumiu" quando eles tinham
um e dois anos.
Karin diz que nunca gostou
de Santos porque ele tem muitos ciúmes de Carla e a faz sofrer. Há seis meses ela e o irmão
falaram com a mãe, e os três resolveram em consenso que
Carla deveria encerrar o relacionamento -mantido por carta, já que Santos estava preso
havia um ano e quatro meses.
"Acontece que ele não aceitou o fim, estava inconformado", diz Karin. Segundo a jovem, assim que recebeu autorização para passar o fim do ano
em liberdade, o motoboy procurou a frentista: "Ele apareceu
aqui no dia 24, mas ela não quis
recebê-lo. Deprimida, ela dormiu até o dia 27", conta Karin.
No dia 2, Santos procurou a
namorada de novo -quando
passou a mantê-la refém.
A avó de Carla, Raimunda de
Alencar, 80, diz que "não sabia
nem que ele era ladrão" [sobre
o fato de Santos estar preso].
Carlos Joel, pai de Carla
Joelma (daí o nome), foi corretor de imóveis até se candidatar
a vereador no Guarujá. Não se
elegeu. A mãe era enfermeira e
passou a trabalhar como telefonista até se aposentar e mudar-se para Santa Catarina, com
uma das duas irmãs de Carla.
Os dois são separados.
Vizinho há dois meses da ex-frentista, o cabeleireiro João
Evangélio, 67, diz que Carla
sempre foi "um mulherão".
"Esses psiquiatras dão tanto
remédio para as pessoas que
elas ficam inchadas", afirma a
avó Raimunda.
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