São Paulo, sexta-feira, 05 de janeiro de 2007

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Ex-frentista faz tratamento para depressão, diz filha

DA REPORTAGEM LOCAL

Carla Joelma Viana, 33, passou a tarde de ontem dormindo. De acordo com sua filha, Karin, 16, que é recepcionista de uma imobiliária, Carla tem estado dopada por efeito dos remédios que toma em um tratamento psiquiátrico.
Ex-frentista, ela se licenciou para se tratar. Ela teria procurado auxílio médico por causa de uma forte depressão decorrente do relacionamento com o motoboy Edson Félix dos Santos -o homem que a manteve refém por quase 37 horas.
"Ele batia muito na minha mãe, eu mesma vi algumas vezes, inclusive na porta da casa em que a gente morava", conta Karin na porta da casa de quarto, sala, cozinha e banheiro no bairro de Quatala, em Osasco.
A família (Carla, Karin e o outro filho, Cleber, 17) mudou-se há dois meses para a casa da família do pai dos jovens, que "sumiu" quando eles tinham um e dois anos.
Karin diz que nunca gostou de Santos porque ele tem muitos ciúmes de Carla e a faz sofrer. Há seis meses ela e o irmão falaram com a mãe, e os três resolveram em consenso que Carla deveria encerrar o relacionamento -mantido por carta, já que Santos estava preso havia um ano e quatro meses.
"Acontece que ele não aceitou o fim, estava inconformado", diz Karin. Segundo a jovem, assim que recebeu autorização para passar o fim do ano em liberdade, o motoboy procurou a frentista: "Ele apareceu aqui no dia 24, mas ela não quis recebê-lo. Deprimida, ela dormiu até o dia 27", conta Karin.
No dia 2, Santos procurou a namorada de novo -quando passou a mantê-la refém.
A avó de Carla, Raimunda de Alencar, 80, diz que "não sabia nem que ele era ladrão" [sobre o fato de Santos estar preso].
Carlos Joel, pai de Carla Joelma (daí o nome), foi corretor de imóveis até se candidatar a vereador no Guarujá. Não se elegeu. A mãe era enfermeira e passou a trabalhar como telefonista até se aposentar e mudar-se para Santa Catarina, com uma das duas irmãs de Carla. Os dois são separados.
Vizinho há dois meses da ex-frentista, o cabeleireiro João Evangélio, 67, diz que Carla sempre foi "um mulherão".
"Esses psiquiatras dão tanto remédio para as pessoas que elas ficam inchadas", afirma a avó Raimunda.


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