São Paulo, sexta-feira, 05 de janeiro de 2007

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Refém escapa do ex-marido depois de quase 37 horas

Carla Viana saiu pela janela durante cochilo do detento Edson dos Santos

Preso tinha sido beneficiado com saída temporária; após se entregar, ele foi autuado por cárcere privado, porte ilegal de arma e seqüestro

Rivaldo Gomes/Folha Imagem
Carla Joelma Viana, 33, que foi mantida refém pelo ex-marido, segura escopeta em carro da polícia após depor.

DA REPORTAGEM LOCAL

Terminou na madrugada de ontem, após quase 37 horas, o cerco policial à casa da ex-frentista Carla Joelma Viana, 33, que durante esse período foi mantida refém pelo ex-marido, o presidiário Edson Félix dos Santos, 34, em Osasco (Grande São Paulo). Santos cumpre pena de três anos e seis meses por porte ilegal de arma e teve direito à saída temporária de Natal e Réveillon.
Por volta das 4h, Carla aproveitou um cochilo de Santos e escapou pela janela. Ele entregou-se à polícia uma hora depois. Santos foi autuado em flagrante por cárcere privado, seqüestro e porte ilegal de arma.
Apesar do cerco e da longa negociação, tanto Santos quanto Carla negaram, em depoimento à polícia, que ele a tenha mantido em cárcere privado.
"A Carla disse que não saiu pois ficou com medo, que temia também pela vida dele [Santos] e que ficou espontaneamente na casa", afirmou o delegado seccional de Osasco, Silvio Balangio Júnior.
Segundo Balangio, Santos afirmou ter mantido encontros com sua ex-mulher desde que teve início sua saída temporária para as festas de final de ano. "Ambos disseram que usaram o telefone, que dormiram, que comeram, namoraram", disse o delegado. Santos afirmou ainda que manteve relações sexuais com Carla. Ela nega.
Santos disse que, na última terça, foi à casa de Carla se despedir antes de voltar à prisão. Na visita, eles discutiram, pois ela queria terminar a relação. Uma prima da moça, que estava na casa, chamou a polícia. "Ele disse que sua intenção não era seqüestrar Carla, mas, ao se ver cercado, disse que preferia se matar", disse o delegado.
Dos 14.323 presos beneficiados com a saída temporária, 974 não retornaram aos presídios do Estado de São Paulo e são considerados foragidos. Em 2005, dos 12.135 presos liberados, 1.083 não retornaram.
(MARIANA TAMARI)


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