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São Paulo, quarta-feira, 05 de fevereiro de 2003

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SAÚDE

Em 2002, a região teve 70% dos casos do Estado; "bola da vez" neste ano são os municípios da Grande São Paulo

Baixada Santista tem 97,6% menos casos de dengue

FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

Os municípios da Baixada Santista, no Estado de São Paulo, conseguiram reduzir os casos de dengue em 97,6% em relação ao ano passado. Em janeiro de 2002, foram registradas 765 ocorrências. No mesmo período deste ano, 18 pessoas foram contaminadas pelo mosquito Aedes aegypti.
Em 2002, a Baixada Santista foi responsável por cerca de 70% dos casos de dengue no Estado.
Enquanto recua no litoral, a doença avança na região oeste da Grande São Paulo. Em janeiro, a cidade líder em casos no Estado foi Itapevi (251), seguida da vizinha Jandira (94).
"A bola da vez é a Grande São Paulo", afirmou o superintendente da Sucen (Superintendência de Controle de Endemias), Luiz Jacintho da Silva.
Além da carência de recursos, ele prevê dificuldades para controlar a dengue nesses municípios devido à falta de experiência. "É uma área problemática. À exceção de São Paulo [capital" e um ou outro município, na maioria são prefeituras muito pobres. Eles não têm tradição de trabalhar com dengue", afirmou.
De acordo com Silva, o objetivo da Sucen em locais como Itapevi e Jandira será, no início deste ano, tentar evitar uma eventual expansão descontrolada da doença. "Uma vez iniciada, a epidemia é como um grande incêndio. É difícil de conter", disse.
Apesar da redução do número de casos, disse o superintendente, o trabalho de controle em andamento na Baixada Santista não vai conseguir eliminar a doença na região, mas evitará a eclosão de outra epidemia, como em 2001 e 2002. "Não é que a situação esteja resolvida. Está equacionada. Conseguimos botar nos eixos."
O combate à dengue na região se intensificou desde outubro passado, quando o Ministério da Saúde aprovou a liberação de R$ 3 milhões, em 12 parcelas, para o controle da doença. Com a verba já recebida, foi possível aumentar em 49,2% o número de agentes na região (de 630 para 940).
Para o superintendente, não há como determinar se a dengue retrocedeu na baixada devido às ações de controle ou ao próprio caráter cíclico da doença. "É fato que a densidade do mosquito diminuiu. Mas, se passarmos duas semanas em passo de tartaruga, ela voltará rapidamente."
Neste mês, a Sucen concluirá a primeira avaliação do projeto piloto para reduzir a população do mosquito Aedes aegypti.
Foram instaladas em residências da Baixada 16,6 mil armadilhas, monitoradas por agentes de controle a cada 30 dias.
As armadilhas são recipientes com água para atrair a fêmea do mosquito, a fim de que neles sejam depositados os ovos do inseto. Essa água contém um hormônio capaz de inibir o crescimento do mosquito e impedir que ele se torne adulto. Em uma espátula presa à armadilha, um inseticida de ação residual mata a fêmea.


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