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SAÚDE
Em 2002, a região teve 70% dos casos do Estado; "bola da vez" neste ano são os municípios da Grande São Paulo
Baixada Santista tem 97,6% menos casos de dengue
FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS
Os municípios da Baixada Santista, no Estado de São Paulo, conseguiram reduzir os casos de dengue em 97,6% em relação ao ano
passado. Em janeiro de 2002, foram registradas 765 ocorrências.
No mesmo período deste ano, 18
pessoas foram contaminadas pelo
mosquito Aedes aegypti.
Em 2002, a Baixada Santista foi
responsável por cerca de 70% dos
casos de dengue no Estado.
Enquanto recua no litoral, a
doença avança na região oeste da
Grande São Paulo. Em janeiro, a
cidade líder em casos no Estado
foi Itapevi (251), seguida da vizinha Jandira (94).
"A bola da vez é a Grande São
Paulo", afirmou o superintendente da Sucen (Superintendência de
Controle de Endemias), Luiz Jacintho da Silva.
Além da carência de recursos,
ele prevê dificuldades para controlar a dengue nesses municípios
devido à falta de experiência. "É
uma área problemática. À exceção de São Paulo [capital" e um ou
outro município, na maioria são
prefeituras muito pobres. Eles
não têm tradição de trabalhar
com dengue", afirmou.
De acordo com Silva, o objetivo
da Sucen em locais como Itapevi e
Jandira será, no início deste ano,
tentar evitar uma eventual expansão descontrolada da doença.
"Uma vez iniciada, a epidemia é
como um grande incêndio. É difícil de conter", disse.
Apesar da redução do número
de casos, disse o superintendente,
o trabalho de controle em andamento na Baixada Santista não
vai conseguir eliminar a doença
na região, mas evitará a eclosão de
outra epidemia, como em 2001 e
2002. "Não é que a situação esteja
resolvida. Está equacionada. Conseguimos botar nos eixos."
O combate à dengue na região
se intensificou desde outubro
passado, quando o Ministério da
Saúde aprovou a liberação de R$ 3
milhões, em 12 parcelas, para o
controle da doença. Com a verba
já recebida, foi possível aumentar
em 49,2% o número de agentes na
região (de 630 para 940).
Para o superintendente, não há
como determinar se a dengue retrocedeu na baixada devido às
ações de controle ou ao próprio
caráter cíclico da doença. "É fato
que a densidade do mosquito diminuiu. Mas, se passarmos duas
semanas em passo de tartaruga,
ela voltará rapidamente."
Neste mês, a Sucen concluirá a
primeira avaliação do projeto piloto para reduzir a população do
mosquito Aedes aegypti.
Foram instaladas em residências da Baixada 16,6 mil armadilhas, monitoradas por agentes de
controle a cada 30 dias.
As armadilhas são recipientes
com água para atrair a fêmea do
mosquito, a fim de que neles sejam depositados os ovos do inseto. Essa água contém um hormônio capaz de inibir o crescimento
do mosquito e impedir que ele se
torne adulto. Em uma espátula
presa à armadilha, um inseticida
de ação residual mata a fêmea.
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