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TRÂNSITO
De 55 equipes responsáveis pelos aparelhos, só 22 trabalham hoje em SP; prefeitura culpa "trâmite administrativo" em licitações
Conserto de semáforo tem só 40% da equipe
ALENCAR IZIDORO
IURI DANTAS
DA REPORTAGEM LOCAL
A CET de São Paulo está com
apenas 40% do efetivo de manutenção dos semáforos nas ruas da
capital paulista. Das 55 equipes
responsáveis pela troca de lâmpadas e conserto dos aparelhos, só
22 trabalham atualmente.
A redução drástica de 60% do
quadro de profissionais se deve ao
vencimento dos contratos com as
prestadoras desse serviço.
O problema começou em junho, mas, desde então, a CET
(Companhia de Engenharia de
Tráfego) não concluiu as licitações para novos contratos. As 22
equipes que ainda fazem o reparo
dos sinais são da companhia.
A precariedade no conserto dos
equipamentos tem impacto não
só na fluidez como na segurança
do trânsito, segundo especialistas.
O quadro se agrava por causa do
período de chuvas, quando as falhas dos semáforos são comuns.
A Folha apurou que a situação é
considerada crítica por técnicos
da CET, que já pensa em fazer
contratos emergenciais caso as
concorrências não sejam concluídas este mês ou tenham seus resultados contestados na Justiça.
Uma equipe de manutenção é
formada por dois ou três profissionais, que se revezam em três
turnos de trabalho. Além de consertar mais de 4.500 sinais e substituir aqueles afetados em acidentes, deveriam, ainda, trocar 8.500
lâmpadas por mês. Em média,
uma a cada cinco minutos.
Segundo estimativas da Abramcet (Associação Brasileira de Monitoramento e Controle Eletrônico de Trânsito), cerca de 40% dos
acidentes em centros urbanos
acontecem nos semáforos.
Os contratos vencidos em junho
envolviam os semáforos eletromecânicos (mais de um terço do
total). Esses aparelhos são os mais
antigos e têm uma única variação
de tempo no dia inteiro.
As 18 equipes, de três empresas
(Sitran, Consladel e Braslínea),
que faziam o trabalho completaram 60 meses de contrato, prazo
máximo previsto pela lei. Como a
licitação não estava concluída,
apenas dez equipes da CET passaram a reparar os semáforos.
O problema se agravou na semana passada, quando venceram
contratos dos semáforos eletrônicos, que funcionam com diferentes variações de tempo em um
dia. As 15 equipes contratadas
deixaram de fazer o trabalho, restando mais 12 equipes da CET.
Esses funcionários também têm
que reparar 600 semáforos inteligentes, que funcionam de acordo
com o fluxo de veículos e cujos
contratos de manutenção estão
parados por contestações judiciais desde a gestão Celso Pitta.
José Antonio Dias Pedroso, gerente de manutenção da CET, reconhece os atuais problemas de
"agilidade" para reparar os aparelhos, mas culpa os "trâmites administrativos" pela demora na
conclusão da concorrência. Empresas que disputavam a licitação
contestaram a participação de outras que não tinham atestado de
qualificação para fazer o trabalho.
Pedroso nega que a CET tenha
demorado para lançar a licitação
no primeiro semestre de 2001.
"Não dá para ter a previsão exata
do tempo da concorrência. Além
disso, naquela época, ainda tínhamos os contratos dos equipamentos eletrônicos, ou seja, dava para
esperar mais um pouco."
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