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MUNICÍPIOS
Entidade fará marcha, que deverá reunir 1.500, e reivindica ainda a taxa de custeio da iluminação pública
Prefeitos vão ao DF pedir mais repasses
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Mais de 1.500 prefeitos chegam
hoje a Brasília para pressionar os
parlamentares a aprovar projetos
para beneficiar os municípios, tais
como a participação na arrecadação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) e a alteração da legislação do ISS (Imposto Sobre Serviços), transferindo o local da incidência do tributo para onde o serviço é prestado.
Os prefeitos tomarão parte na 5ª
Marcha em Defesa dos Municípios, organizada pela CNM (Confederação Nacional dos Municípios). Além da mudança nos impostos, os prefeitos reivindicam a
aprovação de uma taxa de custeio
da iluminação pública e o recebimento da verba referente ao
transporte escolar, que, segundo a
CNM, é repassada para os governos dos Estados, e não para as
prefeituras.
Segundo a associação, integrada
por prefeitos e ex-prefeitos, a
maioria das prefeituras transporta alunos que estudam nas escolas
estaduais, mas não recebe os repasses de verba do governo federal pois a verba é vinculada à matrícula, que nesse caso é feita pelos
Estados.
No Rio Grande do Sul, por
exemplo, as prefeituras transportam mais de 108 mil alunos da rede de ensino público estadual, o
que resulta em uma despesa de R$
40 milhões ao ano. Em todo o
país, essa despesa é superior a
R$ 1,3 bilhão.
Impostos
Segundo a CNM, a proposta de
modificação do ISS beneficiará os
pequenos e médios municípios
que são atendidos por prestadores de serviço sediados nas grandes cidades.
Para a confederação, a iniciativa, além de duplicar a arrecadação dos municípios, acabará com
a guerra fiscal.
Quanto à participação na arrecadação da CPMF, a CNM reivindica o recebimento de 22,5% sobre parte dos 0,38% arrecadados
pelo governo.
Na proposta, a parte dos municípios seria calculada sobre
0,28%. Dessa forma, os municípios passariam a receber R$ 3,3
bilhões, que iriam para o Fundo
Municipal de Saúde.
Receita menor
De acordo com a confederação,
as medidas são necessárias porque as prefeituras fizeram sua
parte no ajuste fiscal, mas estão
perdendo receita. A participação
dos municípios no bolo tributário, que em 1991 chegou a 19%,
hoje é inferior a 14%.
A confederação divulgou um
estudo sobre o ajuste fiscal em
que foi constatado que, em valores absolutos, o déficit nominal
dos municípios, que inclui o pagamento de juros da sua dívida,
diminuiu 59%, enquanto o dos
Estados aumentou 16% e o da
União cresceu 10%.
Segundo o presidente da CNM,
Paulo Ziulkoski, os prefeitos serão recebidos pelo presidente da
Câmara, Aécio Neves (PSDB-MG), e pelos líderes dos partidos.
Para ele, somente com a pressão
dos prefeitos será possível aprovar os projetos que são de interesse dos municípios.
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