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DENGUE
Baixada e Campinas, que concentram 77% dos casos, ainda não terão reforço
Adiada ida do Exército a área crítica
DA REPORTAGEM LOCAL
A Baixada Santista e a região de
Campinas, áreas do Estado de São
Paulo que concentram a maioria
dos casos de dengue, ainda não
receberam o reforço integral do
Exército no combate à doença,
prometido há alguns dias.
"Precisamos de uma análise técnica sobre quantos homens serão
necessários. Esta semana acertaremos os detalhes", disse José Antônio de Resendes, da Funasa
(Fundação Nacional de Saúde).
Em Campinas, em 23 de fevereiro,
60 recrutas participaram de um
dia de mobilização, organizado
pelas autoridades de saúde.
Duzentos soldados começam a
atuar na cidade de São Paulo amanhã. Em uma semana, o Estado
teve um crescimento de 79% no
número de casos, alcançando
2.831 notificações na sexta-feira
passada, segundo balanço divulgado ontem pelo Centro de Vigilância Epidemiológica. A Baixada
Santista e a região de Campinas
respondem por 77% dos casos.
De acordo com Resendes, o
Exército poderá disponibilizar até
mil homens. A proposta é atender, além da capital, a Grande São
Paulo, o litoral e Campinas.
A Funasa irá pagar R$ 17 a cada
soldado por dia. O convênio, iniciado ontem, vai até o dia 31 de
maio. Os picos de casos costumam ocorrer entre março e abril.
A capital paulista tem apenas 11
casos confirmados. Os três registros de dengue hemorrágica do
Estado estão justamente nas áreas
onde a situação é mais dramática,
dois em Campinas e um em Santos. As vítimas sobreviveram.
"Estamos com toda a atenção
para a Baixada, que tem uma situação complicada de vulnerabilidade climática e controle", disse
Dalva Wanderley, da Superintendência de Controle de Endemias.
Armadilha
Um dispositivo criado em 1965
para monitorar a presença do
mosquito transmissor da dengue,
Aedes aegypti, começou a ser utilizado em Recife como armadilha
para o controle do inseto.
Batizado de Ovitrampa, o equipamento foi adaptado pelo Departamento de Zoologia da UFPE
(Universidade Federal de Pernambuco) e começou a ser instalado pelos estudantes no campus.
O dispositivo consiste em um
depósito escuro com uma espécie
de "chá de gramíneas" dentro. O
cheiro da infusão atrai a fêmea do
mosquito e o ambiente a estimula
a depositar seus ovos.
A postura é feita em uma palheta de madeira removível. O suporte é retirado a cada 15 dias, e os
ovos são destruídos.
Se nesse período houver eclosão, as larvas são mortas por um
inseticida biológico, o Bacilus
thunringiensis, que é misturado
ao "chá de gramíneas".
Colaborou FÁBIO GUIBU, da Agência
Folha, em Recife
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