São Paulo, terça-feira, 05 de março de 2002

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UFPE cria uma armadilha para o Aedes

FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

Um dispositivo criado em 1965 para monitorar a presença do mosquito transmissor da dengue, Aedes aegypti, começou a ser utilizado em Recife como armadilha para o controle do inseto.
Batizado de Ovitrampa, o equipamento foi adaptado pelo Departamento de Zoologia da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) e começou a ser instalado pelos estudantes no próprio campus. A intenção da UFPE, porém, é disseminar o seu uso em todas as áreas de infestação.
O dispositivo consiste em um depósito escuro com uma espécie de "chá de gramíneas" dentro dele. O cheiro da infusão atrai a fêmea do mosquito e o ambiente aparentemente favorável a estimula a depositar seus ovos.
A postura é feita em uma palheta de madeira removível, colocada também no interior da armadilha. O suporte é retirado a cada 15 dias, e os ovos são destruídos.
Se nesse período houver eclosão, disse a professora da UFPE e coordenadora da pesquisa sobre o equipamento, Cleyde Albuquerque, as larvas são mortas por um inseticida biológico, o Bacilus thunringiensis, que é misturado ao "chá de gramíneas".
Segundo ela, ao atrair e estimular o Aedes aegypti a depositar seus ovos na armadilha, o mecanismo ajuda a conter a disseminação do inseto adulto, responsável pela transmissão da dengue.
Testes comparativos em 101 quarteirões do bairro de Engenho do Meio, em Recife, disse a pesquisadora, mostraram que o Ovitrampa é mais eficiente que a pesquisa larvária -busca por profissionais de criadouros do inseto.
Na área de testes, a pesquisa larvária detectou a presença do Aedes aegypti em três quarteirões (2,9% do total). Já com o uso da armadilha, disse a professora, esse percentual saltou para 80,2%. Ou seja, o Ovitrampa revelou que o inseto estava em pelo menos 80 dos 101 quarteirões pesquisados.



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