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Em 94, cidade teve caso similar
DA SUCURSAL DO RIO
Frederico Branco de Faria não
foi a primeira vítima do Exército
durante operações de patrulhamento das ruas do Rio de Janeiro.
Na noite de 3 de dezembro de
1994, um sábado, o comerciário
Alex Alexandre Telles Pacheco,
20, foi morto com cinco tiros de
FAL (fuzil automático leve) ao
tentar furar uma barreira montada por militares do Exército no
morro do Urubu, no bairro de Pilares, zona norte do Rio.
Pacheco, que não tinha ficha
policial, foi atingido por um tiro
na cabeça, três nas costas e um na
perna direita. Segundo a apuração policial feita na época, o comerciário estava bêbado e dirigia
um carro Marajó que havia sido
roubado horas antes. Pacheco estava acompanhado de Eduardo
Antônio Maia, 23, também ferido
na ação. Maia teria envolvimento
com tráfico de drogas, de acordo
com seus próprios familiares.
Segundo foi apurado em IPM
(Inquérito Policial Militar), havia
no carro um revólver calibre 32 e
um dos ocupantes teria atirado
nos militares que ocupavam o
morro. O juiz Mário César Machado Monteiro, da 3ª Auditoria
da Justiça Militar, arquivou o
IPM. Ele concluiu que os militares
agiram em legítima defesa e "no
estrito cumprimento do dever".
A ação dos militares era parte da
Operação Rio 1, deflagrada no segundo semestre de 94, no governo
de Itamar Franco (1992-94), numa tentativa de conter a violência
promovida pelo tráfico de drogas.
Diferentemente da atual Operação Guanabara, a Operação Rio 1
foi precedida de intenso debate e
teve praticamente um caráter de
intervenção federal no Estado.
O então governador Nilo Batista
(PDT) -Leonel Brizola havia se
desincompatibilizado para concorrer à Presidência da República- resistia à presença dos militares. Um acordo para que a ação
não caracterizasse um rompimento da ordem democrática só
foi selado quando as Forças Armadas já tinham seus planos de
ação totalmente prontos.
Nos últimos 11 anos, o Estado
do Rio já recorreu quatro vezes às
Forças Armadas para o combate à
violência. A primeira foi em 1992,
na conferência internacional sobre o ambiente Eco-92. A segunda, dois anos depois, com a já
mencionada Operação Rio 1, que
teve continuidade em 1995 (Operação Rio 2). A última delas foi no
ano passado, durante as eleições
presidenciais.
A Operação Rio 1 foi a que durou mais tempo -dois meses- e
nela os militares chegaram a entrar em confronto com criminosos: 1.500 homens do Exército
ocuparam 50 morros e favelas do
Rio e de Niterói, onde prenderam
400 pessoas e apreenderam 190
armas e 170 carros roubados.
Nas outras duas operações, os
militares tiveram uma atuação
mais dissuasiva, com a presença
de tropas e tanques nas principais
vias do Rio, como ocorre também
agora.
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