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São Paulo, quarta-feira, 05 de março de 2003

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Comando diz que já abriu inquérito para apurar caso

DA SUCURSAL DO RIO

O Comando Militar do Leste (CML) informou ontem, em nota à imprensa, que já instaurou um IPM (Inquérito Policial Militar) para apurar as "circunstâncias" da morte de Frederico Branco de Faria. Na mesma nota, porém, afirma que, "em face das atitudes suspeitas do motorista falecido, aos militares não restou outra opção senão recorrer ao uso da força".
O Exército frisou que a sua atuação no caso ocorreu "dentro do estrito cumprimento do dever legal". Os militares, diz a nota, adotaram "todos os procedimentos legais para esse tipo de situação". Segundo a nota, esses procedimentos obedecem à orientação prévia fornecida pelo Ministério Público Militar.
O CML afirmou também lamentar a morte de Faria. Os disparos efetuados contra o "veículo infrator" foram caracterizados como uma "ação extrema", já que o motorista, segundo o CML, não parou o carro após os tiros de advertência.
Mesmo com a abertura de um IPM, o delegado da 44ª DP, de Inhaúma, Avelino da Costa Lima Filho, disse ontem que os militares envolvidos na morte de Faria também podem ser convocados para depor. Ontem, um veículo do Exército guardava a delegacia.
A seguir, a íntegra da nota: ""O Centro de Operações de Segurança Integrada do Comando Militar do Leste (COSI/CML) informa que, por volta da 0h de hoje, 4 de março, ocupantes de um veículo GM/Corsa azul escuro, um homem e uma mulher, não obedeceram à ordem de parar para identificação em uma barreira da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, próximo a uma posição da tropa do Exército Brasileiro (EB) na região de Tomás Coelho, levando os policiais militares a efetuarem disparos de advertência para o alto. O oficial do EB, comandante daquele posto, ao perceber a tentativa de evasão do veículo civil, tentou impedi-la, postando-se à frente do mesmo. O motorista, prosseguindo, no intuito de evadir-se, tentou atropelá-lo. Os militares do pelotão, que faziam a segurança afastada, também executaram disparos de advertência para o alto, sem que, mesmo assim, o Corsa parasse, avançando em sua direção. Em consequência, dentro das normas previstas, foram efetuados disparos contra o veículo infrator. Dessa ação extrema, foi atingido pelos disparos o motorista, identificado como Frederico Branco de Faria. Os ocupantes do carro civil foram evacuados na ambulância do EB para o Hospital Salgado Filho, onde ocorreu o falecimento do citado motorista.
Todos os procedimentos legais previstos para esse tipo de situação foram adotados, inclusive com consulta e orientação do Ministério Público Militar.
Foi instaurado o competente Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar as circunstâncias que envolveram o evento, tendo sido, também, registrada a ocorrência na 44ª Delegacia de Polícia.
O CML lamenta o ocorrido, porém cabe salientar que, em face das atitudes suspeitas do motorista falecido, aos militares não restou outra opção, senão recorrer ao uso da força, dentro do restrito cumprimento do dever legal".


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