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OPINIÃO
Uma direção para a cidade
FLÁVIO CASTELLI CHUERY
A cidade de São Paulo necessita de um novo Plano Diretor, moderno, atualizado e sintonizado
com a realidade.
Um plano que melhor atenda ao
interesse comum: a melhoria da
qualidade de vida do morador e do
usuário da capital.
Trabalhou-se, até agora, com
um plano de quase 30 anos atrás,
ratificado em 1988, por uma proposta fechada e aprovada na Câmara Municipal por decurso de
prazo.
A Constituição federal, de 1988,
e a Lei Orgânica do Município, de
1990, exigiram a elaboração de um
novo plano, providência que ora
se concretiza.
O debate prévio a que foi submetido o plano não é, certamente,
condescendência fortuita ou uma
deferência ocasional, mas um propósito deliberado do Executivo
municipal de dar a transparência
necessária a uma decisão que, acima de tudo, envolve o interesse
coletivo de cerca de 10 milhões de
pessoas.
Foi com vistas a esse interesse
coletivo que a proposta contemplou um elenco de políticas que
orientarão as ações do município.
Com efeito, o atual Plano Diretor insere alguns conceitos e princípios que merecem ser destacados:
1) Garantir o desempenho da cidade de São Paulo como centro regional, pólo nacional e continental, criando estímulos à instalação
das atividades produtivas interessantes ao perfil que a cidade deve
assumir no terceiro milênio e dentro da nova ordem econômica.
2) Substituir a coerção e a repressão por estímulos à implantação de novas atividades e ao incremento das parcerias com a iniciativa privada.
3) Garantir mecanismos de participação dos cidadãos e da sociedade organizada.
A partir dessas políticas é que se
desenvolverão os planos setoriais
e regionais, dos quais, por sua vez,
decorrerão programas, projetos e
leis específicas -especialmente a
adequação da Lei de Zoneamento
às propostas contidas no Plano
Diretor.
Entre as várias propostas incluídas no plano, três delas merecem
destaque especial:
1) Redistribuição do uso e aproveitamento do solo de forma qualificada e condicionada em função
da infra-estrutura, como contraposição ao espraiamento cada vez
maior da mancha urbana, garantindo a preservação das áreas residenciais e o meio ambiente natural.
2) Aproximação emprego-moradia, de forma planejada, por
meio do incentivo à maior mistura
de usos (residencial e não-residencial), visando minimizar a necessidade de deslocamentos diários e as
demandas por transporte coletivo.
3) Compatibilização dos usos e
do desempenho das atividades urbanas, visando reduzir o grau de
incomodidade à qualidade de vida
dos cidadãos.
Portanto essa é, sem dúvida, a
grande oportunidade de dotar a
cidade de São Paulo de um Plano
Diretor moderno, atualizado e
sintonizado com a realidade dos
novos tempos.
Flávio Castelli Chuery, 37, é chefe de gabinete
da Secretaria Municipal do Planejamento de São
Paulo
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