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SAÚDE
Estimativa do Instituto Nacional do Câncer para este ano é de 126.960 mortos, contra 116.325 registros oficiais em 2000
Mortes por câncer devem crescer 9,14%
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Estimativa divulgada ontem pelo Inca (Instituto Nacional do
Câncer) prevê que 126.960 pessoas morrerão de câncer neste
ano no Brasil. O número supera
em 9,14% as mortes pela doença
registradas oficialmente em 2000,
116.325, último dado disponível.
Mantida a tendência dos últimos anos, os tipos mais letais devem ser os de pulmão (16.230 óbitos), estômago (11.145), mama
(9.335) e próstata (8.230).
Pelas projeções do Inca, 402.190
pessoas descobrirão que têm câncer em 2003. A previsão do ano
passado apontava para 337.535
novos casos e 122.600 mortes. Os
dados oficiais são computados
com três anos de defasagem.
Segundo a técnica do Inca Marceli Santos, a novidade na incidência da doença é a queda do número de mortes por câncer de estômago. Eram 9,69 por 100 mil
homens em 1979, caindo para 8,61
por 100 mil em 2000. Entre as mulheres, a redução foi de 4,79 para
4,38 por 100 mil.
A razão para a queda, segundo
ela, é a melhoria na alimentação
da população, que passou a comer mais verduras e legumes.
Também diminuiu o consumo de
embutidos, salgados e defumados
-fator de risco para esse tipo de
câncer, o segundo mais letal.
Ao mesmo tempo, as mortes
por câncer de pulmão têm se estabilizado entre os homens desde
1997, na casa dos 12 óbitos por 100
mil habitantes. "É um reflexo das
campanhas antitabagismo", afirmou ela, acrescentando que de
1989 a 2001 o consumo per capita
de cigarros caiu 32%.
"As medidas de controle à propaganda e a restrição do fumo em
locais fechados começam a mostrar seus efeitos", disse o diretor-geral do Inca, Jamil Haddad.
Já entre as mulheres, que começaram a fumar com mais intensidade nos anos recentes, a cada
ano aumentam as mortes por
câncer de pulmão. Eram 2,33 por
100 mil habitantes em 1979 e passaram para 5,33 por 100 mil habitantes em 2000.
Cerca de 30% das mortes previstas para 2003 estão relacionadas ao fumo.
Nos cânceres de próstata e mama, a mortalidade têm se expandido. No primeiro, a alta foi de
141% de 1979 a 2000, como efeito
do envelhecimento da população.
No segundo, foi de 80,3%.
Causas
O crescimento geral do número
de mortes causadas por câncer se
deve à maior urbanização, à pior
qualidade de vida e, principalmente, ao envelhecimento da população, segundo o Inca. No caso
do câncer de mama, o aumento se
deveria também ao fato de as mulheres estarem optando por ter filhos depois dos 30 anos.
Entre os novos casos previstos,
os de maior incidência seriam os
de pele, mama e pulmão.
Em 2003, mais homens devem
morrer de câncer do que mulheres, numa repetição do que vem
ocorrendo nos últimos anos. Serão 68.350 vítimas do sexo masculino, contra 58.610 do sexo feminino -uma diferença de 14%.
É que as formas de câncer que
afetam mais os homens, como o
de pulmão e o de estômago, são
mais mortais. Além disso, diz o
Inca, os homens vão menos ao
médico e são mais indisciplinados
durante o tratamento.
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