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Exame reforça possibilidade de pneumonia asiática
FABIANE LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL
É provável que a jornalista britânica internada no hospital Albert
Einstein de São Paulo tenha sido
contaminada pela pneumonia
asiática. As autoridades de saúde
do país deixaram de tratar o caso
como suspeito por causa do resultado de um exame radiológico
dos pulmões da paciente.
A jornalista preencheu mais um
quesito e "subiu" na escala epidemiológica usada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) para
classificar os casos da doença de
origem desconhecida que já matou 84 pessoas no mundo. Nessa
escala, os casos suspeitos estão na
base e os prováveis, no topo.
"No início, os pulmões tinham
um acometimento mais localizado. Nesse raio-X, ela passou a
apresentar infiltração [inflamação] mais difusa, mais parecida
com a síndrome [a pneumonia
asiática]. Mas o resultado não é
conclusivo", disse Jarbas Barbosa,
diretor do Centro Nacional de
Epidemiologia, sobre o resultado
que levou à mudança.
O resultado foi enviado, pela internet, para especialistas estrangeiros que já avaliaram uma grande quantidade de casos.
Apesar das definições dos casos
e sua hierarquia serem definidas
pela OMS, o diretor não considerou a mudança de categoria relevante. Para o coordenador-geral
da vigilância epidemiológica no
Centro Nacional de Epidemiologia, Eduardo Hage, se houver alguma evidência de que a doença
não é a pneumonia asiática, o caso
ainda poderá ser descartado.
O estado geral da paciente é
bom e a febre diminuiu, de acordo com nota de ontem do hospital. O médico que a atende, Rudolf
Hutzler, disse que ela está recebendo ribavirina, um antiviral
usado contra a hepatite C. O medicamento vem sendo aplicado
em alguns casos de pneumonia
asiática, embora não tenha sido
comprovada sua eficácia.
A OMS passou a recomendar
ontem aos quatro países onde foram registrados casos autóctones
de pneumonia asiática -China,
Vietnã, Canadá e Cingapura-
que façam triagem das pessoas
que vão viajar. Os passageiros
com febre devem receber a recomendação de adiar a viagem. Os
que apresentam sintomas não devem deixar o país. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa) está desde ontem cadastrando os passageiros que chegam ao Brasil dos quatro países.
Hage disse ontem que nem todos os 20 colegas da jornalista britânica foram contatados por autoridades sanitárias. Eles, que vieram cobrir o GP Brasil de Fórmula 1, assim como a jornalista, estão
sendo acompanhados por um
médico da Federação Internacional de Automobilismo (FIA).
Colaborou LUCIANA CONSTANTINO,
da Sucursal de Brasília
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