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São Paulo, sábado, 05 de abril de 2003

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Exame reforça possibilidade de pneumonia asiática

FABIANE LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL

É provável que a jornalista britânica internada no hospital Albert Einstein de São Paulo tenha sido contaminada pela pneumonia asiática. As autoridades de saúde do país deixaram de tratar o caso como suspeito por causa do resultado de um exame radiológico dos pulmões da paciente.
A jornalista preencheu mais um quesito e "subiu" na escala epidemiológica usada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) para classificar os casos da doença de origem desconhecida que já matou 84 pessoas no mundo. Nessa escala, os casos suspeitos estão na base e os prováveis, no topo.
"No início, os pulmões tinham um acometimento mais localizado. Nesse raio-X, ela passou a apresentar infiltração [inflamação] mais difusa, mais parecida com a síndrome [a pneumonia asiática]. Mas o resultado não é conclusivo", disse Jarbas Barbosa, diretor do Centro Nacional de Epidemiologia, sobre o resultado que levou à mudança.
O resultado foi enviado, pela internet, para especialistas estrangeiros que já avaliaram uma grande quantidade de casos.
Apesar das definições dos casos e sua hierarquia serem definidas pela OMS, o diretor não considerou a mudança de categoria relevante. Para o coordenador-geral da vigilância epidemiológica no Centro Nacional de Epidemiologia, Eduardo Hage, se houver alguma evidência de que a doença não é a pneumonia asiática, o caso ainda poderá ser descartado.
O estado geral da paciente é bom e a febre diminuiu, de acordo com nota de ontem do hospital. O médico que a atende, Rudolf Hutzler, disse que ela está recebendo ribavirina, um antiviral usado contra a hepatite C. O medicamento vem sendo aplicado em alguns casos de pneumonia asiática, embora não tenha sido comprovada sua eficácia.
A OMS passou a recomendar ontem aos quatro países onde foram registrados casos autóctones de pneumonia asiática -China, Vietnã, Canadá e Cingapura- que façam triagem das pessoas que vão viajar. Os passageiros com febre devem receber a recomendação de adiar a viagem. Os que apresentam sintomas não devem deixar o país. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) está desde ontem cadastrando os passageiros que chegam ao Brasil dos quatro países.
Hage disse ontem que nem todos os 20 colegas da jornalista britânica foram contatados por autoridades sanitárias. Eles, que vieram cobrir o GP Brasil de Fórmula 1, assim como a jornalista, estão sendo acompanhados por um médico da Federação Internacional de Automobilismo (FIA).


Colaborou LUCIANA CONSTANTINO, da Sucursal de Brasília


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