DANIELA TÓFOLI
LUCAS NEVES
DA REPORTAGEM LOCAL

Os professores e funcionários da rede municipal de São Paulo resolveram ontem continuar a greve que teve início há oito dias. Em manifestação no centro da cidade que, de acordo com o sindicato da categoria, reuniu cerca de 7.000 pessoas, eles optaram por fazer uma nova assembléia na sexta-feira, às 14h, em frente ao Masp. Segundo a PM, o ato só teve 3.000 participantes.
A categoria reivindica reajuste salarial (piso de R$ 960 para quem ingressa na rede) e mudanças em projetos da prefeitura, como as atividades em período integral.
A Secretaria Municipal de Gestão confirma, em nota oficial, a proposta de aumentar a antecipação da Gratificação de Desempenho Educacional de R$ 165 para R$ 350. Além disso, irá antecipar em 16 dias a data das negociações. "Mesmo com a paralisação, [a secretaria] vai apresentar proposta na próxima semana", diz o texto.
De acordo com o sindicato, de 65% a 70% das escolas municipais estão paradas, total ou parcialmente. O número difere dos 10% divulgados pela Secretaria de Educação. Segundo a pasta, isso se refere a turmas afetadas pela ausência de professores, e não ao total de profissionais parados.
A Folha ligou ontem para 16 escolas da capital.
Em 14 delas, os professores estavam parados. Dessas, cinco estavam em greve total.
Na escola em que os gêmeos Rob e Robson, 12, estudam, na zona leste, não há aulas desde o meio da semana passada. "Os meninos ficam sozinhos em casa e ligam para o meu serviço o dia inteiro", conta a mãe, a doméstica Antônia Maria dos Santos, 36. "Fico preocupada porque a rua não ensina nada. Até pedi para sair mais cedo do trabalho."
Ao saber que a greve continuaria, reclamou: "Como as crianças vão repor as aulas?".


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