|
Próximo Texto | Índice
ADMINISTRAÇÃO
Retirada de documentos por funcionários da empresa no feriado motivou demissão
Pitta demite diretoria da Anhembi, suspeita de contratar "fantasmas"
SILVIA CORRÊA
da Reportagem Local
O prefeito de São Paulo, Celso
Pitta (sem partido), demitiu ontem toda a cúpula da Anhembi Turismo e Eventos, uma das empresas municipais investigadas pela
polícia e pela CPI da Máfia da Propina, sob a acusação de contratar
irregularmente funcionários para
trabalhar com vereadores.
Na última quinta-feira, ponto facultativo, funcionários da Anhembi retiraram documentos do departamento pessoal da empresa.
Acionados pelo presidente da
CPI, José Eduardo Cardozo (PT), o
promotor José Carlos Blat e o delegado Itagiba Franco apreenderam
dez caixas com documentos que tinham sido levados para um mezanino, além de um computador.
Por meio de sua assessoria de imprensa, Pitta afirmou que sua administração é transparente, e que
demitiu a diretoria por causa dos
fatos relatados pela mídia.
Nas caixas apreendidas, havia folhas de pagamento, prontuários de
funcionários, folhas de presença e
arquivos sobre concorrências públicas e contratos.
Os próprios seguranças da empresa disseram aos investigadores
que nunca viram no local a maioria
dos funcionários fichados.
A Folha apurou que entre esses
supostos empregados estão pessoas com o sobrenome de políticos. Um deles é Garib, nome da família do ex-vereador e deputado
estadual Hanna Garib (suspenso
do PPB), um dos investigados na
máfia da propina.
Segundo Blat, a maioria desses
funcionários ocupa a função de assistente técnico 2, pela qual recebem salários que variam de R$
3.000 a R$ 9.000.
"No dia 10 de março, por exemplo, uma mulher de 75 anos e que
tem o primeiro grau incompleto
foi contratada por um salário superior a R$ 5.500", disse Blat.
"Queremos saber o que ela fazia e
quem a contratou. De qualquer
forma, o fato revela, no mínimo,
falta de critérios nas contratações", afirmou.
Ricardo Castelo Branco, demitido da presidência do Anhembi, havia sido colocado no cargo por indicação do filho do ex-prefeito
Paulo Maluf, Flávio Maluf.
Sua demissão, porém, já era articulada na prefeitura antes mesmo
do surgimento de denúncias de irregularidades na Anhembi.
Seu afastamento é visto como
mais um passo na onda de "desmalufização" do governo Pitta.
Antes dele, em novembro passado,
saíram da administração os secretários Edevaldo Alves (Governo) e
Reynaldo de Barros (Vias Públicas). Na semana passada, foi a vez
de Lair Krahenbuhl (Habitação).
Próximo Texto: Viscome chora, mas continua negando acusações em acareação Índice
|