São Paulo, Segunda-feira, 05 de Abril de 1999
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Pitta era refém de esquema malufista, afirma advogado

da Reportagem Local

Cid Vieira de Souza Filho, advogado do prefeito Celso Pitta, tentou entregar um dossiê ontem ao Ministério Público. Segundo ele, os documentos evidenciam que a máfia da propina tem raízes na gestão do padrinho político de Pitta, Paulo Maluf (PPB).
O advogado disse que Pitta não ofereceu os documentos antes por que "era refém do esquema malufista, do qual acaba de se libertar".
Por meio de sua assessoria, Pitta disse que o advogado não estava autorizado a fazer comentários. Estaria apenas incumbido de entregar a documentação ao Ministério Público para ajudar os promotores nas investigações.
Segundo a assessoria, os problemas "remontam às gestões anteriores, mas não deixarão de ser investigados e resolvidos". Pitta deixou o PPB no mês passado, após romper publicamente com Maluf.
O promotor José Carlos Blat não recebeu as cerca de 400 páginas de documentos trazidas pelo advogado e sugeriu que o dossiê fosse encaminhado ao procurador-geral de Justiça Luiz Antônio Marrey, que deve receber Pitta amanhã.
"Não são documentos de defesa, porque o prefeito não está sendo acusado", disse o advogado. "Pitta foi refém do malufismo durante anos e, agora que se libertou, vai mostrar a transparência de sua administração e ajudar a acabar com esse verdadeiro cancro de corrupção que tomou conta da cidade."
Alguns documentos, segundo o advogado, comprovam contratações irregulares feitas antes da gestão de Pitta. Souza Filho não quis dar mais detalhes sobre o dossiê. "Ele (Pitta) não foi soberano todos esses anos", afirmou ao ser perguntado se o material mostrava que Maluf ainda comanda a administração municipal. "Cabe ao Ministério Público avaliar quem tinha o poder, mas posso dizer que provavelmente será Maluf", completou o advogado.


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