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INFÂNCIA
Entidades lançam manifesto contra política da Febem
DA REPORTAGEM LOCAL
Rebeliões, fugas, violência. Esse
é um quadro nada novo em algumas unidades da Febem de São
Paulo. Motivadas pelos acontecimentos em Franco da Rocha
-unidade na qual aconteceram
sucessivas rebeliões e fugas em
massa- e também pelas declarações do governo do Estado sobre
a possibilidade de alterações no
ECA (Estatuto da Criança e do
Adolescente), entidades de direitos humanos e ONGs se uniram
para protestar. Por escrito.
Em manifesto, 31 entidades
-entre elas Unicef, Instituto Sou
da Paz, Grupo Tortura Nunca
Mais e Ilanud- afirmam que é
"inadmissível" questionar os direitos adquiridos pelo ECA e que
a legislação vigente não é "permissiva", como alegou o governo,
com os atos infracionais cometidos pelos jovens.
A Anistia Internacional também divulgou nota criticando as
ações do governo de São Paulo,
principalmente as transferências
de 247 jovens para presídios e
Centros de Detenção Provisória
-ato considerado ilegal. Além
disso, alguns desses jovens foram
obrigados a cumprir o mesmo regime disciplinar destinado a presos de facções criminosas, permanecendo isolados e sem direito a
banho de sol ou visitas. No documento, a Anistia alega que "o Brasil será condenado a um futuro de
contínua violência, crime e repressão se não for capaz de oferecer aos jovens padrões mínimos
de proteção".
Batalha judicial
A Justiça determinou, no dia 25
de abril, o retorno desses internos
à unidade de Franco da Rocha no
prazo de cinco dias. A Febem informou que ainda está fazendo
reformas no complexo -que estaria destruído por causa de uma
rebelião- e que o órgão recorreu
da decisão judicial para tentar, ao
menos, reverter esse prazo.
Para o presidente da Fundação
Abrinq, Helio Mattar, o governo
ainda está atrasado na solução da
questão dos infratores.
"Não é possível que um Estado
como São Paulo não consiga resolver esse problema. É preciso
que se cumpra a lei e que se mude
a política da Febem", afirmou.
Nesta semana, as entidades deverão enviar uma carta ao secretário nacional de Direitos Humanos, Nilmário Miranda.
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