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Governo quer produzir remédio em até um ano
DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O licenciamento compulsório do Efavirenz terá
validade de cinco anos, renováveis por igual período. O governo brasileiro
poderá importar ou produzir o medicamento. Não
pode, porém, comprá-lo
no exterior pelo mesmo
preço que pagava à Merck,
segundo informações do
Ministério da Saúde.
Embora o governo entenda que não há necessidade de produção do medicamento, a intenção é
que o laboratório estatal
Farmanguinhos possa
produzir, em um ano, um
genérico do Efavirenz.
Advogados ouvidos pela
Folha disseram que o licenciamento compulsório
está previsto nos tratados
internacionais de propriedade intelectual.
Fabricio Polido, mestre
em direito internacional
pela Universidade de Turim (Itália), disse que, com
o licenciamento compulsório, o governo transferiu
a patente da norte-americana Merck para uma empresa brasileira, que terá
um prazo para começar a
fabricação. Até lá, poderá
comprar genéricos de outro país -no caso, a Índia.
A Merck, porém, receberá royalties pela comercialização do produto no
Brasil até que sua patente
expire, em 2012.
Nehemias Gueiros Jr.,
advogado carioca especializado em propriedade intelectual, disse que o objetivo do licenciamento
compulsório é "coibir o
abuso de poder econômico
por parte dos grandes conglomerados corporativos,
caso específico da Merck".
José Carlos Vaz e Dias,
doutor em propriedade intelectual pela Universidade de Kent (Inglaterra) e
professor da Uerj (Universidade do Estado do Rio de
Janeiro), disse que o governo adotou o licenciamento compulsório sob a
alegação de interesse público e emergência nacional. "Casos previstos nos
tratados internacionais."
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