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Para donos de restaurantes e bares, punição é muito dura
Associações que dizem se sentir prejudicadas aguardam sanção para entrarem na Justiça
"Os restaurantes já vivem pendurados entre receitas e despesas. Fechar por 15 dias poderia fazer um local falir", afirma diretor de entidade
DANIEL BERGAMASCO
DA REPORTAGEM LOCAL
Para donos de bares e restaurantes de São Paulo, a punição
com fechamento por até 30
dias será um golpe duro demais
da lei antifumo.
"Os restaurantes já vivem
pendurados entre receitas e
despesas. Fechar por 15 dias
poderia fazer um local falir",
diz Percival Maricato, diretor
jurídico da Abrasel-SP (Associação Brasileira de Bares e
Restaurantes), que aguarda a
lei ser sancionada para entrar
na Justiça contra ela.
Maricato, contudo, diz que o
setor temia mais as multas de
R$ 3 milhões cogitadas inicialmente. "Ainda assim, é injusto
que o cliente acenda um cigarro
e o proprietário é que tenha de
pagar o pato. É um controle difícil de fazer."
Fernando Ferreira, dono do
Bar dos Cornos, do Jaguaré
(zona oeste), queixa-se. "O mar
já não está para peixe e perderemos clientes fumantes, ao
menos no início. Um mês sem
faturar é muito, e as despesas,
como salários e aluguel, continuariam", diz.
O DJ Antônio Moreira, sócio
da festa Trash 80's (realizada
em casas do centro e da Vila
Olímpia), diz o mesmo. "Um
mês fechado e pagando contas
é a falência, ou algo perto disso
para quase toda casa noturna",
diz. "Mas concordo que a lei tenha de ser severa. Eu não serei
multado, porque não deixarei
fumarem."
Para o empresário Flavius
Arruda, sócio dos bares Posto 6,
Salve Jorge e Patriarca, os três
na Vila Madalena (zona oeste),
a punição com o fechamento é
"muito prejudicial, mas, pelo
menos, não tão exagerada
quanto os R$ 3 milhões de que
estavam falando".
"Alguma punição tem mesmo que ter, senão a lei não pega.
Ninguém vai querer ficar 30
dias fechado, e isso faz com que
o controle seja mais rígido", diz
Arruda.
Na Abresi (Associação Brasileira de Gastronomia, Hospedagem e Turismo), a opinião é
outra. "Mesmo que os valores
de multa sejam mais baixos do
que se falava antes, somos contra qualquer tipo de punição,
porque há uma lei federal que
autoriza fumódromo nos restaurantes.
Punir o estabelecimento é injusto e prejudicará o setor", diz
Marcus Vinícius Rosa, diretor
da entidade, que também deverá entrar na Justiça contra as
restrições.
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