São Paulo, terça-feira, 05 de maio de 2009

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entrevista

"Vamos ficar mais severos", diz secretário

DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar da nova legislação, o secretário estadual da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata, afirma não acreditar que haverá um aumento no número de pessoas interessadas em parar de fumar. Ele também diz que, mesmo com a redução do valor da multa, a lei antifumo ficou mais rigorosa. Leia abaixo trechos da entrevista.

 

FOLHA - Com a redução da multa, a lei ficou mais branda?
LUIZ ROBERTO BARRADAS BARATA
- Na verdade, nós vamos ficar mais severos do que simplesmente multar. Porque a multa, você pode contestar na Justiça, você pode não pagar, ficar enrolando. É mais rápido e mais efetivo fechar [o estabelecimento que descumprir a lei]. Elimina o problema. Queremos é proteger o não fumante. Acredito que a lei será cumprida pela esmagadora maioria.

FOLHA - A violência aumenta em todo o Estado, como mostraram estatísticas divulgadas na semana passada. Utilizar a polícia para tirar os fumantes de bares não é reduzir a força no combate ao crime?
BARRADAS
- Veja, eu não vou fazer nenhuma operação especial da polícia para combater o fumo. Vai acontecer... Por exemplo: há um desentendimento no trânsito. Um carro bateu no outro. Os dois descem e começam a discutir, começam a brigar. O que a gente faz? Chama a polícia. O melhor seria que não tivesse de chamar a polícia, porque ela deixa de ficar correndo atrás de bandido para vir separar briga de trânsito. Eu acho que a gente nem vai precisar chamar a polícia, mas, se precisar, vamos chamar como se chama para uma briga de marido e mulher, como briga de trânsito.

FOLHA - O governador José Serra (PSDB) disse, no ano passado, que considera a ajuda a quem quer parar de fumar um "paternalismo estatal". O senhor também acha isso?
BARRADAS
- Eu não vejo assim. Quem quer parar de fumar, quem é dependente químico da nicotina, do cigarro, precisa ter à sua disposição o tratamento. Acho que o Estado deve oferecer o tratamento a todos que o procurarem. Eu não estou esperando que irá aumentar o número de pessoas à procura de tratamento. E por que não? Eu não estou proibindo a pessoa de fumar. Eu estou proibindo a pessoa de fumar em local fechado. Quando a gente proibiu de fumar nos aviões, não aumentou a procura por tratamento.

FOLHA - O governo estadual pretende ampliar o número de locais para atender quem quer parar de fumar?
BARRADAS
- Não. Nós pretendemos treinar mais agentes para que mais municípios façam isso. Não tem sentido o cidadão sair da cidade dele e ir se tratar numa cidade distante, vir para São Paulo.


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