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entrevista
"Vamos ficar mais severos", diz secretário
DA REPORTAGEM LOCAL
Apesar da nova legislação,
o secretário estadual da Saúde, Luiz Roberto Barradas
Barata, afirma não acreditar
que haverá um aumento no
número de pessoas interessadas em parar de fumar.
Ele também diz que, mesmo com a redução do valor
da multa, a lei antifumo ficou
mais rigorosa. Leia abaixo
trechos da entrevista.
FOLHA - Com a redução da multa, a lei ficou mais branda?
LUIZ ROBERTO BARRADAS BARATA - Na verdade, nós vamos ficar mais severos do que simplesmente multar. Porque a
multa, você pode contestar
na Justiça, você pode não pagar, ficar enrolando. É mais
rápido e mais efetivo fechar
[o estabelecimento que descumprir a lei]. Elimina o problema. Queremos é proteger
o não fumante. Acredito que
a lei será cumprida pela esmagadora maioria.
FOLHA - A violência aumenta
em todo o Estado, como mostraram estatísticas divulgadas na semana passada. Utilizar a polícia
para tirar os fumantes de bares
não é reduzir a força no combate
ao crime?
BARRADAS - Veja, eu não vou
fazer nenhuma operação especial da polícia para combater o fumo. Vai acontecer...
Por exemplo: há um desentendimento no trânsito. Um
carro bateu no outro. Os dois
descem e começam a discutir, começam a brigar. O que
a gente faz? Chama a polícia.
O melhor seria que não tivesse de chamar a polícia, porque ela deixa de ficar correndo atrás de bandido para vir
separar briga de trânsito. Eu
acho que a gente nem vai
precisar chamar a polícia,
mas, se precisar, vamos chamar como se chama para
uma briga de marido e mulher, como briga de trânsito.
FOLHA - O governador José Serra (PSDB) disse, no ano passado,
que considera a ajuda a quem
quer parar de fumar um "paternalismo estatal". O senhor também acha isso?
BARRADAS - Eu não vejo assim. Quem quer parar de fumar, quem é dependente
químico da nicotina, do cigarro, precisa ter à sua disposição o tratamento. Acho que
o Estado deve oferecer o tratamento a todos que o procurarem. Eu não estou esperando que irá aumentar o
número de pessoas à procura
de tratamento. E por que
não? Eu não estou proibindo
a pessoa de fumar. Eu estou
proibindo a pessoa de fumar
em local fechado. Quando a
gente proibiu de fumar nos
aviões, não aumentou a procura por tratamento.
FOLHA - O governo estadual
pretende ampliar o número de locais para atender quem quer parar de fumar?
BARRADAS - Não. Nós pretendemos treinar mais agentes
para que mais municípios façam isso. Não tem sentido o
cidadão sair da cidade dele e
ir se tratar numa cidade distante, vir para São Paulo.
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