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ADMINISTRAÇÃO
Membros da bancada do PT contrários ao projeto que anistia lojas irregulares condenaram intervenção da prefeitura
Volta de ex-secretário acirra divisão no PT
PEDRO DIAS LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL
A decisão de José Américo Dias
de deixar a Secretaria da Comunicação para retomar seu mandato
de vereador acirrou o racha na
bancada de seu próprio partido, o
PT. Dias voltou à Câmara para
ajudar a gestão Marta Suplicy a
aprovar o projeto que anistia o comércio irregular em algumas da
cidade, mas sua volta foi duramente criticada pela parte da bancada do PT contrária ao projeto.
Dias reassumiu depois que sua
suplente, Zélia Lopes (PT), declarou ser contrária à anistia. Com a
adesão dela, o grupo que se opõe à
medida ficava em maioria na bancada petista por um voto (9 a 8).
Para a vereadora Tita Dias (PT),
uma das opositoras, "a maioria
foi golpeada". O petista Odilon
Guedes falou que foi uma "atitude
inaceitável". Carlos Neder (PT)
foi à tribuna expressar seu "desconforto com as circunstâncias".
Apesar disso, todos ressalvaram
que a volta é "legítima, já que ele é
o titular do mandato" -argumento usado pelo próprio ex-secretário. Mas consideraram que
houve uma intervenção da prefeitura. Já para o líder do PT, José
Laurindo, o retorno ajuda a "distensionar" a situação na bancada,
já que Dias tem perfil negociador.
Dias afirmou que decidiu retomar seu mandato para votar projetos que considera importantes e
que discutirá na semana que vem
quanto tempo ficará na Câmara.
Ele, porém, nega que isso tenha sido uma decisão do governo.
Mais problemas
Mesmo com a volta de Dias, o
governo não conseguiu votar ontem a anistia às lojas nos chamados corredores de uso especial,
como a Gabriel Monteiro da Silva.
Além disso, a decisão tomada
no final da sessão de encerrar a fase de discussão pode tornar a
aprovação da anistia ainda mais
difícil. Com o fim dos debates, o
projeto agora só pode ir a votação
como está, sem modificações.
Acontece que alguns ainda pretendiam propor mudanças, como
Milton Leite (PMDB). Antes contabilizado como um dos votos
pró-anistia, o peemedebista declarou que será contra e tentará
obter apoio de sua bancada.
O líder do governo, João Antonio (PT), rebateu que não vê nenhum problema no encerramento da fase de debates, "porque o
projeto está sendo discutido há
dois anos". Segundo ele, outras
propostas que não as "emergenciais" devem ser tratadas apenas
nos planos diretores regionais.
Em um obstáculo extra, o promotor Silvio Marques disse ontem que vereadores que votarem
a favor da anistia serão processados, já que existem decisões judiciais definitivas contra esses estabelecimentos irregulares.
Pelo segundo dia seguido, as galerias do plenário foram tomadas
por manifestantes. Ontem, havia
gritos e vaias a todo momento.
Quando foi anunciado que Dias
assumiria, o grupo contra a anistia gritou: "Zélia, Zélia, Zélia". Já
os manifestantes pró-anistia chegaram a xingar vereadores que se
opõem ao projeto.
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