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São Paulo, quinta-feira, 05 de junho de 2003

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TRANSPORTE

Promotores querem saber como foram gastos os R$ 23 milhões injetados em empresa suspeita de irregularidades

Força-tarefa apreende notas da SPTrans

SIMONE IWASSO
DA REPORTAGEM LOCAL

A força-tarefa que investiga denúncias de corrupção no sistema de transportes da cidade apreendeu ontem, na sede da SPTrans (empresa pública responsável pelo gerenciamento do transporte na cidade), 12 caixas com documentos referentes às viações de ônibus que passaram por intervenção da prefeitura. A maior parte do material é de notas fiscais das despesas que a SPTrans teve com a viação Cidade Tiradentes.
O objetivo dos promotores é descobrir como foram gastos os cerca de R$ 23 milhões injetados na empresa durante a intervenção- de outubro de 2002 a janeiro de 2003. A SPTrans chegou a enviar, há duas semanas, uma planilha dos gastos para os promotores, mas não apresentou comprovantes ou notas fiscais.
"Vamos confrontar as notas fiscais recolhidas com a planilha de gastos que nos foi apresentada", disse o promotor Sérgio Turra.
A Promotoria investiga a denúncia, feita por um ex-diretor da viação, de que pelo menos R$ 600 mil teriam sido desviados para comprar o voto de vereadores para a eleição do presidente da Câmara, Arselino Tatto (PT). O petista nega as acusações.
Hoje, será ouvido na Promotoria o ex-chefe de gabinete da vereadora Myryam Athiê (PPS), Milton Sérgio, acusado de participar de um suposto acordo entre a vereadora e Samy Jaroviski, dono da Cidade Tiradentes, preso por estelionato. Segundo a acusação, Athiê receberia R$ 250 mil para ajudar a viação a sair do sistema de intervenção. A vereadora nega a acusação e diz que está à disposição dos promotores para prestar esclarecimentos.

Empresário
Começa hoje a segunda fase das investigações da força-tarefa sobre as denúncias de corrupção no sistema de transporte da cidade. Está marcado para as 10h30 o depoimento do empresário Romero Teixeira Niquini, que controlava mais de 10% da frota de ônibus da cidade. Ele teve os contratos rompidos em setembro de 2002 sob a acusação de ter cometido fraude na prestação de contas. Niquini será o primeiro empresário a depor sobre o caso na PF.
A PF quer saber sobre remessas que somam US$ 12 milhões (R$ 35,5 milhões) e que, feitas entre 1996 e 1997, foram parar em contas no exterior das viações Januária e Campo Limpo.
Niquini e o empresário Baltazar José de Sousa são apontados como os controladores das viações.


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