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TRANSPORTE
Promotores querem saber como foram gastos os R$ 23 milhões injetados em empresa suspeita de irregularidades
Força-tarefa apreende notas da SPTrans
SIMONE IWASSO
DA REPORTAGEM LOCAL
A força-tarefa que investiga denúncias de corrupção no sistema
de transportes da cidade apreendeu ontem, na sede da SPTrans
(empresa pública responsável pelo gerenciamento do transporte
na cidade), 12 caixas com documentos referentes às viações de
ônibus que passaram por intervenção da prefeitura. A maior
parte do material é de notas fiscais
das despesas que a SPTrans teve
com a viação Cidade Tiradentes.
O objetivo dos promotores é
descobrir como foram gastos os
cerca de R$ 23 milhões injetados
na empresa durante a intervenção- de outubro de 2002 a janeiro de 2003. A SPTrans chegou a
enviar, há duas semanas, uma
planilha dos gastos para os promotores, mas não apresentou
comprovantes ou notas fiscais.
"Vamos confrontar as notas fiscais recolhidas com a planilha de
gastos que nos foi apresentada",
disse o promotor Sérgio Turra.
A Promotoria investiga a denúncia, feita por um ex-diretor da
viação, de que pelo menos R$ 600
mil teriam sido desviados para
comprar o voto de vereadores para a eleição do presidente da Câmara, Arselino Tatto (PT). O petista nega as acusações.
Hoje, será ouvido na Promotoria o ex-chefe de gabinete da vereadora Myryam Athiê (PPS),
Milton Sérgio, acusado de participar de um suposto acordo entre a
vereadora e Samy Jaroviski, dono
da Cidade Tiradentes, preso por
estelionato. Segundo a acusação,
Athiê receberia R$ 250 mil para
ajudar a viação a sair do sistema
de intervenção. A vereadora nega
a acusação e diz que está à disposição dos promotores para prestar esclarecimentos.
Empresário
Começa hoje a segunda fase das
investigações da força-tarefa sobre as denúncias de corrupção no
sistema de transporte da cidade.
Está marcado para as 10h30 o depoimento do empresário Romero
Teixeira Niquini, que controlava
mais de 10% da frota de ônibus da
cidade. Ele teve os contratos rompidos em setembro de 2002 sob a
acusação de ter cometido fraude
na prestação de contas. Niquini
será o primeiro empresário a depor sobre o caso na PF.
A PF quer saber sobre remessas
que somam US$ 12 milhões (R$
35,5 milhões) e que, feitas entre
1996 e 1997, foram parar em contas no exterior das viações Januária e Campo Limpo.
Niquini e o empresário Baltazar
José de Sousa são apontados como os controladores das viações.
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