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SEGURANÇA
Policiais civis e militares reivindicam reajuste de 54%; no Ceará, categoria iniciou ontem operação padrão
Polícia de Minas pára e Exército vai a rua
DA AGÊNCIA FOLHA
O governo de Minas Gerais
anunciou ontem que utilizará o
Exército para tentar assegurar a
segurança da população durante
a greve das polícias no Estado.
As polícias Militar e Civil, o Corpo de Bombeiros e agentes penitenciários de Minas Gerais entraram em greve ontem por tempo
indeterminado, após as negociações por aumento salarial entre as
entidades de classe -que querem
um reajuste de 54%, e o governo
estadual, que ofereceu 6%- terminarem em impasse.
"Em função da paralisação parcial do policiamento em algumas
regiões da capital, o governo Aécio Neves [PSDB], para garantir a
segurança da população, solicitou
ao presidente da República a presença das Forças Armadas", disse
o secretário-adjunto da Defesa
Social, Luiz Flávio Sapori, às 22h.
Às 22h31, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva divulgou nota informando que "instruiu o Ministério da Defesa a ativar, de imediato, os órgãos operacionais das
Forças Armadas para a garantia
da lei e da ordem em Minas".
"As Forças Armadas deverão
ser empregadas pelo prazo necessário para a superação da atual situação daquela unidade da Federação", diz a nota.
A nota do governo de Minas
afirma que a presença do Exército
será "temporária", já que o Estado
aposta na "superação desse impasse com diálogo e bom senso".
Embora não tenha dado declarações após a leitura do comunicado, Sapori confirmou que integrantes do Exército começariam a
ocupar postos de policiamento na
capital mineira ainda na noite de
ontem. Também não foi divulgado o contingente de homens a ser
utilizado na operação.
A greve dos policiais já havia sido iniciada durante a madrugada
de ontem. A Polícia Civil não realizou prisões na madrugada. O
serviço de atendimento emergencial do 190 não pôde ser utilizado
até as 4h. Diversas ocorrências
deixaram de ser atendidas.
Na tarde de ontem, os agentes
penitenciários também aderiram
à paralisação. Em Belo Horizonte,
segundo o sindicato dos policiais,
a greve atinge 100% das atividades
das corporações.
Em nota, o governo mineiro
justificou a impossibilidade de
oferecer o aumento almejado pelas classes, dizendo que, atualmente, "98,5% da arrecadação do
Estado está comprometida com o
pagamento da folha de pessoal,
pagamento da dívida junto ao
[sic] governo federal, os repasses
constitucionais e obrigatórios,
restando, portanto, apenas 1,5%
para o atendimento do conjunto
das demandas do Estado [manutenção e investimentos no sistema
de segurança, manutenção de
presídios, investimentos sociais,
entre outros]".
Após duas reuniões ontem com
o governo, representantes de policiais civis e militares, bombeiros e
agentes penitenciários não aceitaram o reajuste salarial de 6%
anunciado na quinta-feira pelo
Estado e aprovaram a greve.
Ceará
A Polícia Civil do Ceará começou ontem no Estado uma operação padrão para pressionar o governo estadual a aceitar as reivindicações da categoria.
Segundo o diretor financeiro do
Sindicato dos Policiais Civis do
Ceará, José Antônio Irênio Valentim Leitão, a operação deve durar
15 dias e foi decidida após assembléia na semana passada.
Segundo o sindicalista, no Ceará o efetivo da Polícia Civil conta
com cerca de 1.300 homens.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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