DO "AGORA"

Pelo menos dois policiais civis, entre eles um delegado, e seis policiais militares foram presos sob a acusação de participar de um esquema de desvio de veículos em blitze de trânsito na região de Taboão da Serra (Grande SP).
Cerca de 400 veículos foram desviados de um pátio particular no Parque Laguna e vendidos ilegalmente por policiais, segundo investigações do Ministério Público e das Corregedorias das polícias Civil e Militar veiculadas ontem no "SPTV", da Rede Globo.
O delegado Sílvio Pires e o escrivão Messias Militão, que antes das denúncias trabalhavam no 37º DP (Campo Limpo), foram presos acusados de envolvimento no esquema, além de outros seis PMs do 36º batalhão (Embu).
Segundo a Secretaria da Segurança Pública, um ex-PM conhecido como Belo seria o dono do pátio no qual as fraudes ocorreram. Ele também foi preso.
Segundo a denúncia, a cada cem carros apreendidos na área -que inclui outros oito distritos vizinhos a Taboão-, 20 eram desviados. Alguns tinham o chassi adulterado e eram negociados com receptadores no Paraguai. O desvio também podia acontecer com a manipulação do número de carros leiloados -que ficava aquém das remessas oficiais.
Formalmente, carros apreendidos só podem ser retirados dos pátios mediante a presença de seu proprietário ou de ordem judicial para que seja leiloado. Segundo a secretaria, prefeituras de cidades do interior cedem locais onde os veículos podem ser estacionados. Já na capital, isso não ocorre e é preciso alugar pátios particulares.
Conforme depoimento anônimo divulgado ontem pelo "SPTV", um homem que trabalhou no pátio e não quis ser identificado contou que os carros chegavam a ser negociados por valores que variam de R$ 2.000 a R$ 2.500, conforme a marca e o ano.
Devido ao suposto esquema, vítimas cujos carros foram recuperados nem sequer obtiveram essa informação. Em outros casos, quem foi à procura dos veículos recuperados recebeu a notícia de que eles já haviam sido leiloados.
A reportagem não conseguiu ouvir os acusados no caso até ontem à noite.


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