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LOTERIA
Acertador das seis dezenas ganha cerca de R$ 45 milhões; chance de um só cartão ser premiado é a mesma de não haver vencedor
3º maior prêmio da Mega Sena pode sair hoje
DA REPORTAGEM LOCAL
DO "AGORA"
Ficar milionário, ou, na "pior"
das hipóteses, muito rico, da noite
para o dia. Alimentando-se desse
sonho e dos inevitáveis planos
que o acompanham, apostadores
de todo o Brasil fizeram a Mega
Sena acumulada atingir o terceiro
maior prêmio de sua história.
A estimativa é que o acertador
das seis dezenas sorteadas hoje
ganhe por volta de R$ 45 milhões,
o que dá para comprar, por exemplo, 45 apartamentos de alto padrão na cidade de São Paulo.
O administrador Cléber Sanches, 30, não é tão ambicioso. "A
primeira coisa [a fazer] seria pagar todas as contas", diz. Já a advogada Elisabeth Orlandi, 52,
quer viajar pelo mundo, e o porteiro Francisco de Souza Lima, 44,
só pensa em voltar ao Maranhão.
Segundo a Caixa Econômica Federal, a chance de um apostador
acertar a sena com só um jogo (R$
1,5) é de 1 em 50 milhões. É 667 vezes mais difícil do que acertar o
primeiro prêmio da Loteria Federal, diz o matemático José Dutra
Vieira Sobrinho. A chance de apenas um cartão sair vencedor é a
mesma de não haver nenhum
sortudo: 37%.
De todas as 179 extrações da
Mega Sena desde sua criação, em
1996, 43 prêmios máximos foram
para paulistas (24%), que são os
que mais apostam. O recorde pago até agora, R$ 64,9 milhões, foi
para um jogador de Salvador, em
1999. O sorteio de hoje é às 20h,
em São Joaquim da Barra (384 km
de SP). A Caixa aceita jogos até as
19h (hora de Brasília).
Campo Grande e Fortaleza
Em 14 de junho de 1999, o analista de sistemas Maurício Mariano, agora com 37 anos, deveria ter
recebido R$ 1,6 milhão. Não ganhou porque a lotérica em Campo Grande (MS), onde apostou,
deixou de registrar os bilhetes nos
computadores da CEF.
"Continuo fazendo a aposta do
mesmo jeito", disse Mariano à
Agência Folha. Ele, que tem renda
mensal de R$ 1.500, gastou R$ 30
na compra de um "bolão" -jogo
pronto- para o sorteio de hoje.
Por esse mesmo sistema de
aposta, Mariano comprou, em junho de 1999, bilhetes em uma lotérica junto com mais quatro pessoas. Como os bilhetes deles não
foram registrados nos computadores da CEF, um apostador do
Rio levou sozinho R$ 16.052.410.
Não fosse a falha da lotérica, o
prêmio teria sido dividido. "Se
analisar pela probalidade, não tenho chances [de ganhar de novo],
mas levo em conta a sorte", diz.
A lotérica foi fechada pela CEF
após a falha ser descoberta. Mariano entrou ainda em 1999 com
uma ação indenizatória na Justiça
contra a CEF. A assessoria da Caixa informou ontem que só poderá
dar informações sobre a ação na
próxima segunda-feira.
Assim como Mariano, o professor Valdísio Viana, 50, de Fortaleza, não deixa há 20 anos de fazer
uma aposta de loteria da CEF,
sempre que há prêmios acumulados. Nos últimos três anos, ele se
juntou a cinco amigos para dividir um "bolão". Apenas nas últimas rodadas em que a Mega Sena
ficou acumulada, o grupo gastou
R$ 650. "O custo é alto, mas a
chance de ganhar uma bolada é
muito estimulante", disse.
Colaborou a Agência Folha
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