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Escola chega a vetar teorema de Pitágoras
DA SUCURSAL DO RIO
O grande número de
alunos e professores que
participaram voluntariamente das olimpíadas de
matemática do ano passado permitiram ao Impa
(Instituto de Matemática
Pura e Aplicada) e à SBM
(Sociedade Brasileira de
Matemática) ter um panorama de como anda o ensino da disciplina no país.
Além de premiar alunos,
a competição (organizada
também pelos Ministérios
da Educação e Ciência e
Tecnologia) destaca os
melhores professores, que
recebem curso de aperfeiçoamento no Impa, no
Rio. Esse contato dá pistas
de por que o ensino de matemática é ruim no país.
"Há uma interferência
indevida de gestores mal-qualificados na definição
de metodologias e conteúdos de matemática no Brasil. Um dos professores
que participaram da olimpíada nos contou que, na
rede dele, chegaram a
proibir o teorema de Pitágoras porque era algo velho demais. Como o aluno
vai aprender matemática
sem conhecer o teorema?", afirma Suely Druck,
vice-presidente da SBM.
Outro ponto que a SBM
e o Impa apontam como
entrave é o fato de a carreira de professor ser pouco
atrativa para quem se forma em matemática. A
maioria, diz Druck, vai trabalhar em bancos ou em
áreas onde seu conhecimento é mais valorizado.
Para o diretor do Impa,
César Camacho, o Brasil
paga caro por não investir
mais na educação tecnológica. "O país não dará um
salto de desenvolvimento
se não tiver recursos humanos qualificados na
área de engenharia, por
exemplo. Até países com
mais complicadores do
que o Brasil, como a Índia,
estão investindo mais rápido no setor", afirma.
As inscrições para a
olimpíada deste ano vão
até sexta-feira. No mesmo
dia, alguns vencedores da
competição do ano passado receberão das mãos do
presidente Lula as medalhas. Mais informações
podem ser obtidas no site www.obmep.org.br.
Professor da USP
Em São Paulo, desde
1977 um professor da USP
revela alunos com alto potencial em matemática e
os encaminha, muitas vezes por conta própria, para
colégios particulares.
A atuação de Shigeo Watanabe, 81, começou quando o pai de um dos vencedores da Olimpíada Paulista de Matemática disse
que seu filho deixaria de
estudar para trabalhar.
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