São Paulo, Sábado, 05 de Junho de 1999
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PM de posto em frente evita reagir

da Sucursal do Rio

Os dois PMs de plantão no posto em frente ao bar onde ocorreu a chacina não reagiram à ação dos encapuzados. O grupo fugiu em uma Kombi sem ser perseguido.
O efetivo do posto policial é de quatro policias, ligados ao 15º BPM (Batalhão de Polícia Militar), em Duque de Caxias. Na hora do crime, dois policiais faziam a ronda no bairro no único carro disponível. Os outros dois permaneciam no local.
O soldado Marcelo Vicente disse que, quando os tiros começaram, estava dentro do posto. Imediatamente, segundo ele, dezenas de pessoas invadiram o local, chorando e gritando. A parede do posto foi atingida por um tiro.
"Estávamos armados, mas não deu para reagir. Se a gente reagisse, com certeza seria pior. A gente ia atirar em quem? Os caras já tinham ido embora", afirmou.
O sargento Araken dos Santos, 40, disse que, quando ouviu os tiros, pediu reforço pelo rádio. Segundo ele, não havia como atirar, porque era grande o número de pessoas dentro do posto.
"Se a gente atirasse, o confronto poderia ser pior. Não tínhamos como ir atrás deles, porque não havia carro. O mais importante era ajudar a socorrer os feridos", afirmou.
O comandante do 15º BPM, Cesar Rubens Monteiro de Carvalho, confirmou a avaliação dos PMs sobre a impossibilidade de reação. "Se eles tivessem atirado, com certeza haveria mais mortos."
Carvalho prometeu reforçar o policiamento na área.


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