São Paulo, Sábado, 05 de Junho de 1999
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"Escapei por pouco", diz tecelão

da Sucursal do Rio

O tecelão Romero de Paula, 24, tinha planejado encontrar amigos no Bar e Lanchonete Amizade anteontem para tomar cerveja. Às 22h30, saiu do trabalho, pegou a bicicleta e foi para o bar.
No caminho, começou a ouvir os tiros. Escondeu-se na rua, sem saber do que se tratava. Quando chegou ao bar, descobriu: gente morta, sangue por todo lado, feridos em busca de socorro.
"Escapei por pouco, porque estava vindo para cá. Estava tudo coberto de sangue. Nenhum conhecido meu foi ferido, mas fiquei com medo", disse.
Um mecânico -que prefere não ser identificado, temendo represálias- entrou no bar para comprar cigarros. Pagou e, quando saiu, viu a chegada dos encapuzados.
Saiu correndo pela rua, ainda a tempo de ver, no ponto do ônibus, um rapaz -o contínuo Márcio Alves, enterrado ontem à tarde- ser baleado com o filho nos braços.
"Não olhei muito, não parei para pensar nem para ajudar. Quem olhou muito ficou estendido no chão com uma bala na cabeça."
Duas empregadas domésticas que estavam na esquina do bar, conversando, ouviram os disparos. Correram para dentro de casa.
A comerciante V. tinha ido ao posto da PM, segundo ela, para dar queixa do roubo de um cartão bancário. Quando ouviu os tiros, trancou-se no banheiro.
Na saída, testemunhou a invasão do posto pelos fregueses apavorados do bar, que viram a noite de lazer se transformar em terror.



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