DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A seis meses do final do atual governo, quatro ministros e três secretários de Estado estiveram reunidos ontem em Brasília para tentar articular os programas federais voltados à criança e ao adolescente como forma de reduzir a criminalidade entre os jovens.
Devem ser priorizadas ações no Rio e em dois bairros populares de São Paulo. O Jardim Ângela (zona sul de SP) é um dos possíveis focos do plano.
"O objetivo é articular as ações em andamento no sentido emergencial. Quando se tem taxas de violência como as que foram reveladas pelo Mapa da Violência, não podemos ficar imóveis", disse Paulo Sérgio Pinheiro, secretário nacional dos Direitos Humanos, que participou do encontro.
O Mapa da Violência, pesquisa realizada pela Unesco, mostrou que entre 1991 e 2000 os homicídios de jovens entre 15 e 24 anos aumentaram 48%. Na população em geral, o aumento foi de 29%.
Segundo Pinheiro, projetos como Bolsa-Escola, Erradicação do Trabalho Infantil e Agente Jovem irão priorizar pontos do Estado do Rio e dois bairros de São Paulo que têm altos índices de violência.
Será formado um grupo de trabalho com representantes dos ministérios e das secretarias para pôr em prática o plano emergencial. Segundo Pinheiro, as primeiras ações coordenadas serão apresentadas em duas semanas.
"É evidente que algumas escolas dominadas pelo tráfico terão de ser liberadas", disse Pinheiro. Para isso, segundo ele, será preciso uma ação integrada com a polícia.
Além do secretário, participaram da reunião os ministros Miguel Reale Jr. (Justiça), Paulo Renato Souza (Educação), Caio de Carvalho (Esporte e Turismo) e Paulo Jobim (Trabalho) e as secretárias Wanda Engel (Assistência Social) e Solange Jurema (Direitos da Mulher).



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