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EDUCAÇÃO
Provas corrigidas por professores serão comparadas às enviadas a fundação
Secretaria afirma que irá investigar possíveis fraudes
DA REPORTAGEM LOCAL
A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo determinou
que supervisores de ensino e
coordenadores do Saresp comparem os resultados da prova de redação -corrigida pelos professores- e da objetiva, analisada pela
Fundação Carlos Chagas para verificar se "alguém mentiu na correção das provas de redação".
"Cabe à diretoria de ensino conferir cada redação e acompanhar
as discrepâncias entre as notas da
redação e da prova objetiva", diz
Sônia Maria Silva, coordenadora
de estudos e normas pedagógicas
da secretaria.
Silva afirma que a medida não
tem como objetivo punir os professores, mas ensiná-los o "exercício da cultura avaliativa". "Não
pode ter divergência entre a prova
objetiva e a redação. Uma pessoa
que foi mediana na objetiva certamente será mediana na redação",
disse.
O interesse da secretaria nessa
busca ativa de possíveis fraudes,
afirma a coordenadora, é identificar os casos e encaminhar os alunos com dificuldade de aprendizagem para um projeto de reforço
escolar. "Se houver uma maquiagem de dados e os alunos não fizerem o reforço, a diretoria [de ensino] é que vai responder por isso."
A coordenadora afirma que todos os professores e assistentes
técnicos pedagógicos de língua
portuguesa passaram por capacitação antes da correção das provas e que houve uma recomendação para que os professores fossem trocados de classe.
"Mas não impusemos nada. A
escola tem que aprender a se organizar. O sistema não pode ser
determinador e tem que induzir a
comunidade escolar a amadurecer", disse Silva.
Critérios de correção
De acordo com a coordenadora,
houve orientação sobre os critérios de correção a ser seguidos,
que levaram em conta a proposta
da redação (tema, assunto), o
atendimento à estrutura padrão
do texto (narrativo ou dissertativo) e a coerência e a coesão do
texto, além de organização gráfica, pontuação, ortografia, adequação às regras gramaticais, e
linguagem apropriada.
Para a educadora Elvira Souza
Lima, esses critérios são subjetivos e podem ser interpretados de
maneiras diferentes por cada um
dos professores que corrigiram as
provas.
"Se aconteceu de algum professor ter maquiado essa correção,
isso pode ter acontecido porque
um ou outro não seguiu as orientações", diz Silva.
A coordenadora afirma que,
durante a correção das provas, as
diretorias de ensino fizeram, em
paralelo, uma correção por amostragem. Silva informa que não
tem os dados consolidados dos
resultados dessa rechecagem.
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