São Paulo, quarta-feira, 05 de julho de 2006

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Furukawa diz que atentados tinham motivação eleitoral

LETÍCIA SANDER
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Afastado da SAP (Secretaria da Administração Penitenciária) de São Paulo após os ataques do PCC, Nagashi Furukawa procurou ontem, em depoimento à CPI do Tráfico de Armas, dar um cunho político aos ataques da facção.
Disse ter obtido informações do serviço secreto da Secretaria da Segurança Pública de que as rebeliões e os ataques de maio feitos pelo PCC tinham o objetivo de prejudicar a candidatura do ex-governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB) à Presidência da República.
Relator da CPI, o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) ironizou as declarações do ex-secretário. "É, no mínimo, debochar da sociedade brasileira", disse.
Alckmin disse ter sido avisado pelo ex-secretário. "Tive informações de duas coisas: primeiro, ameaças de natureza pessoal", afirmou, sobre o período em que era governador. "Mas essa [ameaça] é de natureza política. Isso merece uma investigação profunda", disse.
Furukawa, que deixou o cargo após divergências com o secretário Saulo de Castro Abreu Filho (Segurança Pública), e sob suspeita de ter feito acordo com o PCC para acabar com os ataques, voltou a negar as acusações. Disse, ainda, que "cortaria seu pescoço" se for provado o envolvimento de um de seus principais assessores à época, Clayton Alfredo Nunes, em uma escuta telefônica descoberta na secretaria.
A linha era utilizada pelo delegado Osvaldo Arcas, que fazia uma espécie de ligação entre a SAP e a pasta da Segurança. Por conta da escuta, o coronel reformado da PM Olinto Neto Bueno, ligado a Furukawa, foi demitido na semana passada.


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