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Furukawa diz que atentados tinham motivação eleitoral
LETÍCIA SANDER
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Afastado da SAP (Secretaria
da Administração Penitenciária) de São Paulo após os ataques do PCC, Nagashi Furukawa procurou ontem, em depoimento à CPI do Tráfico de Armas, dar um cunho político aos
ataques da facção.
Disse ter obtido informações
do serviço secreto da Secretaria
da Segurança Pública de que as
rebeliões e os ataques de maio
feitos pelo PCC tinham o objetivo de prejudicar a candidatura do ex-governador paulista
Geraldo Alckmin (PSDB) à Presidência da República.
Relator da CPI, o deputado
Paulo Pimenta (PT-RS) ironizou as declarações do ex-secretário. "É, no mínimo, debochar
da sociedade brasileira", disse.
Alckmin disse ter sido avisado pelo ex-secretário. "Tive informações de duas coisas: primeiro, ameaças de natureza
pessoal", afirmou, sobre o período em que era governador.
"Mas essa [ameaça] é de natureza política. Isso merece uma
investigação profunda", disse.
Furukawa, que deixou o cargo após divergências com o secretário Saulo de Castro Abreu
Filho (Segurança Pública), e
sob suspeita de ter feito acordo
com o PCC para acabar com os
ataques, voltou a negar as acusações. Disse, ainda, que "cortaria seu pescoço" se for provado o envolvimento de um de
seus principais assessores à
época, Clayton Alfredo Nunes,
em uma escuta telefônica descoberta na secretaria.
A linha era utilizada pelo delegado Osvaldo Arcas, que fazia
uma espécie de ligação entre a
SAP e a pasta da Segurança. Por
conta da escuta, o coronel reformado da PM Olinto Neto
Bueno, ligado a Furukawa, foi
demitido na semana passada.
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