São Paulo, domingo, 05 de agosto de 2001

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Febre "alertou" caso de leucemia

DA REPORTAGEM LOCAL

Com um ano e nove meses, Guilherme Santos Alves brinca animado com tudo o que encontra pela frente na escolinha do Hospital do Câncer.
Nem parece se importar com o cateter espetado no bracinho, ligado a um tubo de soro. "Ele come de tudo e brinca muito", diz a mãe, Teresinha Santos Alves.
No final do ano passado, ela teve um baque. Levou o filho, que estava com febre, ao médico. A suspeita era virose, porque Guilherme havia acabado de entrar na escolinha. "No dia 28 de novembro, ele ficou prostrado. O médico mandou internar, e veio o diagnóstico: leucemia [câncer no sangue"." No dia 8 de dezembro, começou a quimioterapia.
De lá para cá, o menino passa por sessões de quimioterapia semanalmente, intercalando fases ambulatoriais e de internação. "Não tínhamos idéia de como é importante um diagnóstico rápido nesses casos; quando recebemos a notícia, não sabíamos o que fazer", afirma Teresinha. "Pelo apoio que eu tive, me considero uma mãe de sorte", diz.

Falta de apetite
Elder Ferreira dos Santos, 4, estava pálido, sem apetite. Um dia, sentiu uma forte dor abdominal. "Como passou, não levei logo ao médico", afirma sua mãe, Ana Maria Queiroz.
De acordo com Ana Maria, o filho já estava com uma consulta marcada, depois que a enfermeira da creche alertou sobre a falta de apetite. Na consulta, a médica disse que era prisão de ventre e receitou um óleo, que ele tomou por um período de quatro dias.
"Como não houve melhora, levei novamente, só que em outro médico. Esse já receitou uma lavagem [irrigação do intestino", além de remédio para prisão de ventre", conta.
Só a terceira pediatra procurada pensou em pedir um exame de ultra-som, depois uma tomografia, que acusou linfoma não-Hodgkin (um tumor de gânglios linfáticos de evolução muito rápida), dez dias depois de Elder ter reclamado da primeira dor.
Após três ciclos de quimioterapia e uma cirurgia, o tumor sumiu. Na semana retrasada, reapareceu, na mandíbula. Elder voltou para a quimioterapia, dessa vez, com remédios mais fortes. A exemplo de Guilherme, ele também está reagindo bem.
Ana Maria dá um conselho às mães: "Mudou a fisionomia ou o comportamento, deixou de comer, leve ao médico."




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