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Falta rigor científico, diz especialista
DA REPORTAGEM LOCAL
Os levantamentos brasileiros de
genealogia não têm nenhum rigor
científico e, portanto, não são
confiáveis, diz Gilson Nazareth,
doutor em comunicação e cultura
brasileira.
A maior parte desses trabalhos,
afirma, atende apenas ao ego de
quem necessita examinar o passado para se valorizar.
Segundo ele, no Brasil os livros
de genealogia são mais consultados nos momentos de enriquecimento ou de empobrecimento de
segmentos da sociedade.
Nazareth afirma que, nessas circunstâncias, os novos ricos procuram os estudos das famílias para tentar provar aos seus novos
pares que não são tão diferentes
como parecem ser, e os novos pobres para demonstrar que não são
iguais aos seus vizinhos.
Para ele, a genealogia não tem
importância para a vida do indivíduo, porque "não é a origem do
sangue que faz a pessoa", mas sim
o ambiente em que vive, o seu empenho e esforço.
Ele cita Portugal como exemplo
de país onde a genealogia tem serventia, porque é utilizada, por
exemplo, para estudar a fixação
das famílias na terra.
Sobre o dicionário de Carlos
Eduardo Barata e Antônio Henrique da Cunha, Nazareth diz que
se trata de uma coleta importante
de dados sobre a formação das famílias brasileiras, ainda que os sobrenomes que ali estão não tenham sido checados por causa de
sua grande quantidade.
"Quanto mais geral é o levantamento de informação, menos
exato ele é", diz. "Mas levar ao pé
da letra um dicionário é burrice."
Adultério
Independentemente da inexatidão do levantamento de informações, Sérgio Danilo Pena, pesquisador geneticista da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), afirma que, numa estimativa conservadora, de 5% a 10% dos
filhos dos casais são gerados por
meio do adultério, sem que o chefe da família fique sabendo disso.
Pena diz que tal comportamento não só ocorre no Brasil, como
na maior parte dos países.
De acordo com o geneticista,
hoje em dia a realização de exame
de DNA comprova, sem margem
de erro, os casais que se enquadram nessa situação.
(PRL)
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