|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
RIO
Seis jovens, um deles com pistola, usavam drogas em área próxima de cerco policial; para Garotinho, operação é positiva
Boca-de-fumo funciona a 150 m da polícia
FABIANA CIMIERI
DA SUCURSAL DO RIO
Um ponto-de-venda de drogas
funcionava ontem a 150 metros
do local em que policiais que participam da operação Segurança e
Paz vigiavam um dos acessos ao
morro da Mangueira, em São
Cristóvão, na zona norte do Rio.
Ao menos seis jovens, aparentando ter entre 16 e 22 anos, estavam na boca-de-fumo. Um deles
tinha uma pistola na cintura. Fumavam maconha no meio da rua
principal do Buraco Quente, acesso mais movimentado à favela.
A operação Segurança e Paz foi
deflagrada na sexta-feira pela Secretaria de Segurança. Durante 30
dias, 21 favelas ficarão cercadas
por 1.324 policiais civis e militares. A intenção é "asfixiar" o tráfico de drogas e armas, segundo o
secretário Anthony Garotinho.
O subsecretário de Segurança,
Marcelo Itagiba, disse que não
houve falha dos policiais: "Se fumassem ou vendessem maconha
na frente deles, eles autuariam.
Mas 150 m é uma distância muito
grande numa favela. Eles devem
ter registrado e avisado às tropas
especializadas em incursões".
A Folha chegou ao morro da
Mangueira por volta das 14h. Dos
cinco acessos, três estavam com
policiamento. "Pode ser que nós
tenhamos policiais escondidos",
disse Itagiba.
Os policiais que vigiavam o
acesso pelo Buraco Quente estavam parados ao lado de um bar.
Se andassem cerca de dez metros
e se posicionassem de frente para
o acesso, veriam os traficantes.
Após encontrar a boca-de-fumo, a Folha andou cerca de 200 m
até a associação de moradores.
Enquanto crianças e adultos subiam e desciam o morro, pelo menos outras duas pessoas fumavam
maconha na rua. Uma terceira
enrolava um cigarro da droga.
"Enquanto eles estão achando
que podem fazer tudo, nós estamos mapeando e registrando todas as atividades deles", disse Itagiba. Segundo Garotinho, o objetivo do cerco não é o confronto
com criminosos. "A filosofia do
cerco visa proteger, fiscalizar e dar
garantias de ir e vir à população."
Garotinho fez um balanço positivo dos primeiros dias da Segurança e Paz. Citou o exemplo de
Bonsucesso, na área do complexo
da Maré, onde o número de roubos e furtos caíram de 13 para 3,
na comparação com o fim de semana anterior.
Texto Anterior: Há 50 anos Próximo Texto: Comportamento: Gays protestam no PR e na BA contra Vaticano Índice
|