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SAÚDE
Instituição criada em São Paulo praticamente erradicou os casos de raiva humana e em animais domésticos no Estado
Aos cem anos, Instituto Pasteur se volta para a "selva"
DA REPORTAGEM LOCAL
Nos seus cem anos de atuação,
completados hoje, o Instituto Pasteur de São Paulo conseguiu praticamente erradicar os casos de
raiva humana e em animais domésticos no Estado de São Paulo.
As comemorações do centenário incluem uma exposição de fotos, que resgata a história da entidade, e um seminário internacional, que aponta para o seu futuro.
O maior desafio, nesse caso, parece vir da selva: a vertente do vírus da raiva que ataca morcegos,
raposas, macacos, cães do mato, e
é chamada de silvestre. Sua detecção, monitoramento e estudo são
os maiores desafios que o instituto começa a encarar, afirma a diretora Neide Takaoka.
"Nosso Estado é o que está mais
avançado nisso. Em 2002, detectamos 74 animais silvestres contaminados por raiva, 91% do total
registrado no país", diz Takaoka.
Só para comparar, no mesmo
ano foram registrados só dois casos de raiva em cães e gatos, ambos causados por morcegos.
O monitoramento de raiva silvestre ainda é, no entanto, insuficiente, diz a diretora. Nos EUA,
em 2000, foram registrados mais
de 7.000 casos da doença provocados por essa vertente do vírus.
Do privado ao público
A história do Instituto Pasteur
paulista é uma das poucas que
mostram a passagem bem-sucedida de um serviço de saúde privado para a esfera de responsabilidade do poder público.
Sua fundação em 1903 foi resultado da iniciativa de um grupo de
médicos inspirados pelos ideais
de Pasteur, dentre os quais um
dos mais entusiastas era Ulysses
Paranhos, e patrocinada pelos barões do café -a elite paulistana.
Em 1916, depois de descobertas
científicas importantes, como a
de que o morcego hematófago
também transmitia raiva, a entidade acabou sendo vítima da crise
mundial e das dificuldades de sobreviver à custa de doações e passou para o governo do Estado.
Desde então, diz Takaoka, só há
o que comemorar. "Nosso maior
orgulho é a prestação de serviço
aliada à questão da ciência e tecnologia. O que desenvolvemos
aqui não é só para produzir artigos científicos. Nós usamos para
lidar com casos concretos."
O instituto consome entre R$
550 mil e R$ 600 mil do Orçamento estadual, mas recebe verbas
também de fontes como a União.
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