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DIPLOMACIA
Mesmo que o passageiro tenha outro destino, precisará de autorização se o avião fizer uma parada naquele país
Visto dos EUA será exigido até em escala
DA REPORTAGEM LOCAL
Desde o último sábado, os EUA
exigem visto de entrada para
quem precisar fazer escala de
vôos internacionais em seus aeroportos. O viajante brasileiro que
fizer escala no país deverá ter um
visto que custa de US$ 100 a US$
120. A medida surge depois de o
Departamento de Segurança Interna dos EUA exigir entrevista
pessoal no consulado para mais
de 90% dos pedidos de visto.
Até então, devido a duas medidas chamadas "Transit Without
Visa - TWOV", o trânsito sem visto, e o "International-to-International - ITI", Internacional-para-Internacional, passageiros de
companhias aéreas que precisavam parar nos EUA para trocar de
avião não precisavam obter visto
de entrada, simplesmente esperavam numa sala do aeroporto. A
medida vale também para quem
nem sequer deixar a aeronave.
Com a nova determinação, o
passageiro que precisar fazer escala nos EUA deverá obter, no
consulado, o visto de trânsito ou
de turista. Para o primeiro, com
duração de três meses, o passageiro deve pagar taxa de US$ 120. Já
para o visto de turista, com validade de até dez anos, a taxa, que
deve ser paga em uma das agências do Citibank, é de US$ 100.
Mas os dois tipos de visto exigem a presença do requisitante
para entrevista em uma das três
representações americanas no
país -São Paulo, Rio e Recife-
ou na embaixada em Brasília, o
que deve elevar bastante o tempo
de espera nas filas de consulados.
Mesmo com as entrevistas pré-agendadas (o que pode demorar
cerca de três dias), a fila no consulado de São Paulo, por exemplo,
costuma demorar cerca de três
horas, sempre na parte da manhã,
quando funciona o atendimento.
Entrevistas e boleto para pagamento da taxa devem ser pedidos
pelo telefone 0300-3130800 ou no
site www.visto-eua.com.br.
A proibição, assim como a exigência de entrevista para a concessão do visto, faz parte do pacote de segurança adotado pelo governo americano após os atentados de 11 de Setembro.
No comunicado enviado à imprensa, a Embaixada dos Estados
Unidos no Brasil informou que a
proibição durará inicialmente 60
dias, até que "medidas adicionais
de segurança possam ser adotadas para proteger tais programas
de terroristas que queiram ter
acesso aos EUA ou ao espaço aéreo dos EUA sem passar pelo processo consular de checagem".
Porém, para o turista brasileiro,
a medida pode significar dinheiro
e tempo extra para o pedido do
visto ou a mudança no itinerário
de viagem. Os aeroportos americanos são muito utilizados para
escalas em vôos com destino à Europa, Ásia e América Central.
Em 2002, segundo a embaixada
americana, o Brasil esteve entre os
principais países de origem de
vôos que fizeram escala nos EUA.
Os aeroportos mais usados foram
os de Los Angeles, Miami, Nova
York, Dallas e Houston.
"A nova proibição, somada à
exigência da entrevista, vai prejudicar muito a venda de passagens
aéreas para brasileiros. Para muitos locais, como República Dominicana e Cancún, a rota mais usada e lógica é passando por Miami", afirmou o presidente da
ABAV (Associação Brasileira de
Agências de Viagem) de São Paulo, Amauri Caldeira.
As exceções são passageiros dos
27 países isentos de visto para os
EUA, como França e Portugal.
Quem já viajou pelos EUA como
passageiro TWOW ou ITI na primeira etapa da viagem e retornar
antes das 13h do dia 9, poderá fazer a escala sem o visto.
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