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SAÚDE PRIVADA
Empresas, que sofrem protestos em 19 Estados, oferecem "bandeira branca" para evitar expansão do movimento
Planos tentam acordo para esfriar boicote
DA REPORTAGEM LOCAL
As entidades que reúnem operadoras de planos de saúde propuseram, na última sexta-feira,
um acordo que poderá arrefecer o
boicote dos médicos contra as
empresas do setor que ocorre em
várias cidades do país.
Em locais como a capital paulista, em que as operadoras de planos ainda não são alvo do movimento, na prática a "bandeira
branca" das empresas poderá evitar o protesto. Em São Paulo, as
seguradoras de saúde Bradesco,
SulAmérica, Porto Seguro, Unibanco AIG, Marítima, Notre Dame, Itaúseg e AGF Brasil são alvo.
A diferença entre seguros de
saúde e planos de saúde é que, no
caso dos primeiros, é prevista por
lei a possibilidade de reembolso
-o cliente utiliza qualquer médico e busca a devolução na empresa. A maioria dos brasileiros atendidos pela saúde suplementar
-mais de 38 milhões de pessoas- tem planos de saúde.
O boicote a planos e seguros já
atinge 19 Estados, e as entidades
médicas preferem mirar nas seguradoras pela possibilidade de o
cliente poder ser reembolsado.
No boicote, os médicos referenciados pelas seguradoras -que
estão nos catálogos-, em vez de
receber da empresa, cobram do
cliente, que busca a devolução.
Os médicos querem que as empresas sigam os valores para procedimentos definidos pela categoria, e não tabelas próprias. Defendem R$ 42 para a consulta.
Segundo texto divulgado no fim
da tarde de ontem pela Associação Paulista de Medicina, a
Abramge (Associação Brasileira
de Medicina de Grupo) e o Sinamge (Sindicato Nacional das
Empresas de Medicina de Grupo)
querem fazer uma recomendação
a todos os seus associados para
que os valores de remuneração
aos médicos sejam acordados
mediante negociações regionais.
"É possível um arrefecimento
quanto a esse grupo de empresas", diz Clóvis Constantino, presidente do Conselho Regional de
Medicina do Estado de São Paulo.
As entidades médicas que lideram o boicote a oito seguradoras
de saúde na capital paulista anunciaram ontem a adesão de 45 clínicas e consultórios de ortopedia
ao movimento -a especialidade
conta com mais de cem estabelecimentos no município.
O movimento não forneceu os
nomes das clínicas. Uma das duas
únicas indicadas ontem pela comissão como participante do boicote, no entanto, informou que
reavaliará a adesão hoje por temer
estar sozinha no movimento.
Um dos donos da clínica ortopédica Cidade Jardim informou
que seus funcionários ligaram para outras clínicas e notaram que
não estava havendo adesão. Pelo
menos dez foram consultadas.
O movimento informou não ter
divulgado o nome dos estabelecimentos por temer retaliações. "A
reunião [que decidiu pela adesão
de 45 estabelecimentos] foi anteontem à noite", diz o ex-presidente da Sociedade Paulista de
Ortopedia Akira Ishida, que coordenou o encontro. Ele afirma que
o boicote está começando.
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