São Paulo, quarta, 5 de agosto de 1998

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SAÚDE
Remédio é opção para evitar surtos
Nova droga combate esclerose múltipla

da Reportagem Local

Uma nova droga que ajuda a evitar crises nos pacientes que sofrem de esclerose múltipla chega ao mercado brasileiro nesta semana.
O copaxone será mais uma opção no tratamento dos surtos da doença neurológica que atinge cerca de 15 mil pessoas no Brasil.
Estudo publicado em março mostrou que 56% dos pacientes tratados com o novo remédio durante 2 anos nos EUA não apresentaram recaídas.
A esclerose múltipla é o nome dado a uma inflamação que ocorre na bainha de mielina (que envolve as células nervosas) por motivos desconhecidos.
Essa inflamação desencadeia vários problemas no corpo humano. Uma pessoa que tem esclerose múltipla pode se sentir desequilibrada, ter dores no corpo, ficar com as pernas e os braços paralisados, ter alterações visuais (correndo o risco de ficar cega).
A esclerose múltipla não mata, mas um caso crítico da doença pode deixar o paciente completamente imobilizado, sem enxergar ou falar. Ele, no entanto, continua consciente.
Até agora, nenhum remédio conseguiu curar a doença.
Os surtos da esclerose múltiplas são tratados com corticóide, que agem rapidamente para acabar com a inflamação. Os efeitos colaterais do corticóide (inchaço, catarata, perda de massa muscular etc.) e as sequelas dos surtos estão levando os médicos a buscar, cada vez mais, remédios que evitem as crises, como o copaxone.
A esclerose múltipla pode ser progressiva ou apenas cíclica (ocorrem surtos ao longo da vida). O copaxone é indicado exatamente para os casos cíclicos, com o objetivo de evitar os surtos.
O acetato de glatirâmer - o princípio ativo do copaxone- é uma substância que se "disfarça" na bainha de mielina e, com isso, evita que ela seja atacada. Por motivos desconhecidos, a doença faz com que a bainha seja vista como um corpo estranho e ser atacada -causando a inflamação.
O diagnóstico da esclerose múltipla é feito com uma soma de exames clínicos (checar se o paciente apresenta os sintomas da doença) e de uma ressonância magnética. No Brasil, a incidência da doença é considerada baixa. São cerca de 20 casos por 100 mil habitantes. Há regiões onde a incidência da doença chega a 100 casos/mil habitantes. (LUCIA MARTINS)


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