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EDUCAÇÃO
Os nove Estados da região aplicaram US$ 478 mi dos US$ 736 mi previstos em empréstimo do Banco Mundial a 4 meses do fim do prazo
Nordeste gasta menos do que prevê convênio
DANIELA FALCÃO
da Sucursal de Brasília
A quatro meses do fim do Projeto Nordeste (convênio assinado
entre o governo federal e o Banco
Mundial para melhorar a qualidade da educação na região), os nove
Estados nordestinos só haviam
conseguido gastar US$ 478 milhões dos US$ 736 milhões previstos no acordo de empréstimo.
Até o mês passado, a coordenação do Projeto Nordeste já havia
liberado US$ 557 milhões para
atender a projetos apresentados
pelos governos estaduais. Os Estados só conseguiram comprovar o
gasto de US$ 478 milhões.
Como os recursos do Bird só são
repassados aos Estados quando fica comprovado que a verba foi
utilizada de maneira correta, há
risco de que parte do dinheiro seja
devolvida ao Banco Mundial e ao
governo federal. Os Estados que
estão atrasados terão até 31 de outubro para provar que de fato realizaram as obras previstas.
Aqueles que não conseguirem
demonstrar que realizaram o que
estava previsto, perderão a verba.
O Bird e o governo federal arcaram com a maioria das despesas
do Projeto Nordeste. Entre 1993 e
1997, a contrapartida dos Estados
havia sido de apenas US$ 60,8 milhões -equivalente a 14% do total
liberado até dezembro passado.
Apesar do investimento feito pelo MEC e pelo Banco Mundial, o
Nordeste é a região que apresenta
mais dificuldade em melhorar os
índices de Educação.
Segundo dados do próprio MEC,
a região tem o maior número de
professores leigos do país, a maior
evasão e a menor taxa de escolarização bruta do país.
Em 1996, 20,6% dos alunos nordestinos abandonou a escola antes
de concluir o 1º grau. No Norte,
19% dos alunos abandonou os estudos e, no Sudeste, 6,9%.
Dos 63,7 mil professores do ensino fundamental que não haviam
completado o 1º grau em 96, 44,7
mil estavam no Nordeste.
Um dos principais motivos da
dificuldade dos Estados em usar a
verba que havia sido colocada à
disposição foi a falta de capacidade dos municípios e Estados nordestinos em apresentar projetos
que obedecessem às exigências
técnicas do Bird.
Paraíba e Sergipe foram os Estados que obtiveram o melhor desempenho na hora de provar que
haviam gasto todo dinheiro liberado. Ambos provaram ter gasto
99% do total colocado à disposição. Cerca de 60% dos recursos
destinados aos Estados foram utilizados na recuperação, ampliação
e construção de escolas e na compra de móveis e equipamentos.
Até dezembro de 97, haviam sido
recuperadas 22 mil salas de aula.
O Projeto Nordeste foi o maior
empréstimo individual do Banco
Mundial concedido ao governo
brasileiro na área de Educação.
O valor só foi batido em junho
passado, quando o presidente
FHC assinou novo convênio com
o Bird, dessa vez para beneficiar as
regiões Norte, Centro-Oeste e
Nordeste. O acordo -conhecido
como Fundescola- começa a vigorar neste ano e vai até 2003. O
valor previsto é de US$ 1,3 bilhão.
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