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CRISE NA PF
Suspeito alegou não ter participado de assassinato de corregedor; depoimento teria sido baseado em versão de preso
Acusado se nega a fazer reconstituição
ANDRÉ LOZANO
da Reportagem Local
A PF (Polícia Federal) realizou
ontem de manhã, em São Paulo, a
segunda reconstituição do assassinato do delegado-corregedor do
departamento paulista, Alcioni
Serafim de Santana, sem a participação de um dos acusados do crime, Carlos Alberto da Silva Gomes, 39, o "Carlinhos", que alegou, no local, não ter participado
do homicídio do policial.
Foi a primeira vez que a operação contou com a participação de
um dos suspeitos de cometer o crime: Gildásio Teixeira Roma, 26,
chorou compulsivamente antes do
início da reconstituição, que demorou uma hora.
Os policiais federais, acompanhados de delegados e peritos do
DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), chegaram às 9h40 ao local da reconstituição: a rua Chico Herrera, na Vila Mazzei (zona norte de São Paulo), em frente à casa do delegado-corregedor, onde, no dia 27 de
maio, ele foi assassinado quando
chegava com a mulher.
Os dois acusados tinham sido retirados do carro da Polícia Federal
quando Carlinhos disse que não
participaria da reconstituição.
"Ele nunca esteve nesse local e
não participou do crime", disse o
advogado Ricardo Rene Ribeiro,
que defende os dois suspeitos.
Segundo o advogado, Carlinhos
só contou em seu depoimento à
Polícia Federal como havia sido o
crime porque o outro suspeito,
Gildásio Roma, teria lhe dito, em
detalhes, como havia matado a vítima. Segundo a PF, os dois não
sabiam que o homem morto se
tratava de um delegado.
"Gildásio contou o crime para
Carlinhos no dia do ocorrido, depois que o noticiário da televisão
informou que a pessoa morta era
um delegado da PF", afirmou o
advogado.
Ribeiro sustentou que o outro
homem que teria participado do
crime com Gildásio seria o sargento da Polícia Militar Sérgio Bueno,
38, ainda procurado pela PF. De
acordo com o advogado, Bueno
estaria com capuz no dia do crime.
Segundo o delegado da PF José
Pinto de Luna, os dois acusados
haviam confessado que dispararam contra o delegado. O depoimento teria sido gravado em fita
cassete e vídeo. A polícia disse que
a reconstituição confirmou os depoimentos dos dois suspeitos.
Gildásio apontou ainda o local
próximo à ponte da Vila Maria onde as armas usadas no crime teriam sido jogadas.
Luna afirmou que há indícios de
que os dois acusados teriam participado de um outro homicídio em
São Paulo -cerca de um mês depois da morte do delegado.
Na época do crime, Alcioni Santana investigava suspeitas de envolvimento de policiais federais
em atividades criminosas (extorsão de advogados e comerciantes).
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