São Paulo, domingo, 05 de setembro de 2004

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Pesquisa mostra que profissão tem baixa inserção nos postos de saúde

DA REPORTAGEM LOCAL

Os psicólogos ganham pouco, exercem mais de uma atividade para se sustentar, buscam aperfeiçoamento na pós-graduação e têm baixa inserção nos postos de saúde -a principal porta de entrada do sistema público.
Os dados são de pesquisa realizada pelo Ibope com amostra de 2.000 dos mais de 100 mil profissionais registrados. O levantamento foi solicitado pelo Conselho Federal de Psicologia.
Não é injusto pedir mais a um profissional tão frágil? Os conselhos de psicologia discutem a quebra do sigilo em casos de risco ao paciente ou em que ele possa prejudicar outras pessoas.
"Estamos nos inserindo em várias áreas, mas alguns ainda ganham muito pouco", reconhece Ana Bock, eleita presidente do Conselho Federal de Psicologia.
Um dos principais objetivos das alterações no código de ética, afirma Bock, é tornar a psicologia nacional menos elitista, mais atenta às questões sociais. A mudança vai de encontro ao que se defende nos EUA, por exemplo, onde há cada vez mais uma busca pela proteção e individualismo.
Segundo o levantamento, a psicologia nacional também ainda é assim -a maioria dos profissionais trabalha em consultórios. De acordo com Bock, o que explica isso é a própria história dos cursos no país, obra de profissionais das classes mais abastadas, que tinham ido estudar no exterior.
A categoria pretende levar o novo código para a análise da OAB.
Além do novo olhar sobre o sigilo profissional, entre as mudanças previstas estão o combate ao preconceito - o psicólogo não pode transformar tradições, modos de vida, em doença -um veto ao uso de práticas não reconhecidas no consultório e, ainda como princípio, aumentar o conhecimento da população e o acesso aos profissionais.

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