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Câmara quer regularizar cessão
de áreas do município em 180 dias
DA REPORTAGEM LOCAL
A CPI das Áreas Públicas da Câmara Municipal deu um prazo de
180 dias para que a Prefeitura de
São Paulo regularize a situação de
cerca de 125 terrenos públicos cedidos ou invadidos por empresas
privadas. Caso contrário, a CPI
quer que o município inicie o processo de retomada das áreas.
A CPI, cujo relatório foi aprovado ontem, investigou 141 terrenos. Desse grupo, cerca de 40 foram de áreas cedidas pelo município nos últimos 30 anos em troca
de benefícios para a comunidade.
Mas, segundo o relator da CPI,
Paulo Frange (PTB), mais de 30
não cumpriram essa exigência do
acordo. Frange estima que o prejuízo com a cessão dessas áreas
seja de R$ 500 milhões por ano.
Do número total levantado pelos vereadores, ainda sobram cerca de 100 terrenos ocupados -a
CPI quer que a prefeitura negocie
alguma forma de pagamento ou
outra contrapartida. "Não é nenhum pequeno invasor, não. São
grandes empresas que invadem
área pública e que agora precisam
pagar por todo o tempo que ocuparam a área", afirmou Frange.
Os terrenos estão ocupados por
clubes, bancos, associações de
classe e entidades esportivas.
A CPI das Áreas Públicas foi
criada a partir de um reportagem
da Folha publicada no dia 4 de fevereiro deste ano.
Segundo o presidente da CPI,
Arselino Tatto (PT), autor do pedido de investigação, a idéia é
continuar as investigações por
meio de uma comissão técnica especial na Câmara.
Paulo Frange reconhece que o
Departamento Patrimonial da
prefeitura não tem infra-estrutura
para fazer a renegociação em 180
dias. Mas ele afirma que as conclusões da CPI, no entanto, vão
forçar a melhoria no departamento, que tem apenas 10 fiscais.
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